junho 11, 2012

Festa junina/quadrilha


CASAMENTO  NA  ROÇA

( UMA CRIANÇA  DECLAMA )

MES  DE  JUNHO  LÁ  NA  ROÇA
É  TÃO  CHEIO  DE  ALEGRIA
A  MOÇADA  SE  DIVERTE
TEM  FESTANÇA  TODO  DIA.

AS  MULHERES  FAZEM  OS  QUITUTES
OS  HOMENS  FAZEM  A  FOGUEIRA
E  A  MOÇADA  SE  DIVERTE
COM  UM  MONTÃO  DE  BRINCADEIRAS

TEM  REZA PRA  SANTO  ANTÔNIO
PRA  SÃO  PEDRO  E  SÃO  JOÃO
TODO  MUNDO  FAZ  PROMESSA
PRA  TER  MUITA  ANIMAÇÃO

A  FESTA  VAI  COMEÇAR
VEM  CHEGANDO  MINHA  GENTE
PRA  ASSISTIR  O  CASAMENTO
DA  NHÁ  ZEFA  E    MANÉ  JOÃO

ENTRA O CASAL DE NOIVOS ( NHA ZEFA E MANE  JOÃO )

NOIVO: BAS  NOITE  PRA  OCÊS,
NÓIS VIEMO NO  ARRAIA  FEIJÃO  QUEIMADO  E  TAMO  AQUI  JUNTO  PRA  MODE  PODÊ  CASA .

NOIVA : PRA  MODE  PODÊ  CASA  NOIS  VIEMO    INTÉ   CÁ.

(ENTRA UMA CRIANÇA  E  FALA : )

O  PAI    DELA  É  O  SEVERINO
ELE  É  O  FILHO  DO  CHICO  BENTO
FOI  PRECISO  TRÊS  PROMESSAS
PRA  DAR  CERTO  O  CASAMENTO

ETA  NOIVA  BONITA, ETA  NOIVO  AJEITADO
OS  PAIS  DELES  ESTÃO  DO  LADO
MAIS  NA  FRENTE   ESTÁ   O  PADRE
MAIS  ATRÁS  O  DELEGADO.

  NO  ALTAR  TODO  ENFEITADO
DE  FLORES  E BANDEIRINHAS
VAI  COMEÇA  O  CASAMENTO
__BATE  O  SINO  COROINHA !!!
______________________________

NOIVO: - MAS  QUE  TANTA  COMILANÇA
 ( OLHANDO EM TORNO ). QUE  FESTA  QUE  NÃO  VAI  SER ! VOU  APROVEITAR  DE  VEZ  PRA ENCHER  A  MINHA  PANÇA ( VAI QUERENDO  SAIR ) .( O PAI  DA  MOÇA  ERGUE  A  ESPINGARDA )

NOIVA : OLHA  AQUI MANE  JOÃO > NADA  DISTO  AGORA, NÃO . VAMO  O  PADRE  ESPERAR  PRA  MODE  PODE  CASA .

NOIVO:  ( TENTA  SAIR  E  IR  ATÉ  AS  COMILANÇAS ) – DESPREOCUPA SINHÁ  ZEFA  QUE  EU  NÃO  VOU  EMBORA, NÃO . EU  VOU  SÓ  ESPIAR  A  FESTA  DE  SÃO  JOÃO. ( A  NOIVA  CORRE  E  SEGURA  O  NOIVO, DE  MANEIRA  ENGRAÇADA  E MANDONA, TRAZ  O  NOIVO  DE  VOLTA  PARA  O  LOCAL  DO  CASAMENTO .)

CHEGA  O  PADRE

– VAMO  LOGO, MINHA  GENTE, QUE  NÃO  POSSO  PERDER  TEMPO . VAMO  CHAMAR O  CASAL . TA  NA  HORA  DO  CASAMENTO .
REÚNE-SE O CASAL  DE  FRENTE  AO  PADRE )

PADRE ( DIRIGINDO-SE  UM  AO  OUTRO )
– OLHEM  BEM , OCÊS  AÍ , TÃO  DISPOSTO  A  SE  AGÜENTA  ? A  VIDA  TA  CARA  E  DIFÍCIL . CADA  VÊS  E  MAIS  ESTÁ . ( OS  DOIS  FAZEM  QUE  SIM  COM  A  CABEÇA ) SE  GOSTAM  MESMO  UM  DO  OUTRO E  SE  TEM DEVERAS  AMOR , VAMOS  ENTÃO  RELAIZÁ  ESTE  CAMENTO  COM  A  BENÇÃO  DO  NOSSO  SENHOR .

PADRE : NHÁ  ZEFA, CE  CASA   QUESSE  PORQUERA  DO  MANE  JOÃO ?

NHÁ  ZEFA : QUERO  SIM, UAI !!!

PADRE : E  VOIS  MECÊ  MANE  JOÃO , QUÉ CASA  CÔA  NHÁ  ZEFA ?

MANE  JOÃO : NUM  TO  QUERENO  MUITO !
O PAI  DA  NOIVA  ERGUE  A  ESPINGARDA E  FALA : – COMO É QUE  É ?

MANE  JOÃO :  ( OLHA RÁPIDO  PARA  O  PAI  E  DIZ :  –OH, SE QUERO !!!
PADRE :
– AGORA  JÁ  ESTÃO  CASADOS.
 PODEMOS  COMEMORAR.
VAMOS  PROS  DOCES  E  A  DANÇA .
A FESTA  JÁ  VAI  COMEÇAR
 (  SOLTAR  ROJÕES, ... )

( UMA  CRIANÇA  RECITA )
CHEGOU  O  MANE  SANFONEIRO
E  O  BAILE VAI  CUMEÇÁ
VAMO  DANÇA  A  QUADRILHA
CADA  UM  NO  SEU   LUGÁ .

 

CASAMENTO

MES  DE  JUNHO  LÁ  NA  ROÇA
É  TÃO  CHEIO  DE  ALEGRIA
A  MOÇADA  SE  DIVERTE
TEM  FESTANÇA  TODO  DIA.

AS  MULHERES  FAZEM  OS  QUITUTES
OS  HOMENS  FAZEM  A  FOGUEIRA
E  A  MOÇADA  SE  DIVERTE
COM  UM  MONTÃO  DE  BRINCADEIRAS

TEM  REZA PRA  SANTO  ANTÔNIO
PRA  SÃO  PEDRO  E  SÃO  JOÃO
TODO  MUNDO  FAZ  PROMESSA
PRA  TER  MUITA  ANIMAÇÃO

A  FESTA  VAI  COMEÇAR
VEM  CHEGANDO  MINHA  GENTE
PRA  ASSISTIR  O  CASAMENTO
DA  NHÁ  ZEFA  E  O  ZÉ  VICENTE

O  PAI    DELA  É  O  SEVERINO
ELE  É  O  FILHO  DO  CHICO  BENTO
FOI  PRECISO  TRÊS  PROMESSAS
PRA  DAR  CERTO  O  CASAMENTO

LÁ VEM  O  NOIVO  CÔA  NOIVA
OS  PAIS  DELES  ESTÃO  DO  LADO
MAIS  NA  FRENTE  VEM  O  PADRE
MAIS  ATRIS  O  DELEGADO.

  NO  ALTAR  TODO  ENFEITADO
DE  FLORES  E BANDEIRINHAS
VAI  COMEÇA  O  CASAMENTO
__BATE  O  SINO  COROINHA !!!
______________________________
PADRE : NHÁ  ZEFA, CE  CASA   QUESSE  PORQUERA  DO  ZÉ  VICENTE ?
NHÁ  ZEFA : QUERO  SIM, UAI !!!
PADRE : E  VOIS  MECÊ  ZÉ  VICENTE , QUÉ CASA  CÔA  NHÁ  ZEFA ?
ZE  VICENTE : NUM  TO  QUERENO  MUITO !
PAI  DA  NOIVA  ERGUE  A  ESPINGARDA E  FALA : COMO É QUE  É ?
ZÉ  VICENTE :  OH, SE QUERO !!!
PADRE :
POIS  ENTÃO  TÃO  BEM  CASADO
COM  AMOR  E  CÔA ALEGRIA
MAIS  VAMO  LOGO  PRA  FESTA
QUE  A  BARRIGA  TA  VAZIA !!



A  MESA  ESTÁ  PREPARADA
OS  CUNVIDADO ESTÃO  CHEGANO
O  QUENTÃO  ESTÁ  SERVIDO
O  LEITÃO  ESTA’ ESTURRICANDO.

TEM  PIPOCA TEM  PAMONHA                                   
MILHO  VERDE  COM  FARTURA                              
TEM  CABRITO  E  FRANGO  ASSADO                      
TEM  DOCE  DE  RAPADURA                                      
TEM  TANTA  COISA  GOSTOSA
QUE  A  BARRIGA  QUASE  FURA !!!

CHEGOU  O  MANE  SANFONEIRO
E  O  BAILE  VAI  CUMEÇÁ
VAMO  DANÇA  A  QUADRILHA
CADA  UM  NO  SEU  LUGÁ .
___________________________________________

 

QUADRINHA  PARA O CASAMENTO


MES  DE  JUNHO  LÁ  NA  ROÇA
É  TÃO  CHEIO  DE  ALEGRIA
A  MOÇADA  SE  DIVERTE
TEM  FESTANÇA  TODO  DIA.


AS  MULHERES  FAZEM  OS  QUITUTES
OS  HOMENS  FAZEM  A  FOGUEIRA
E  A  MOÇADA  SE  DIVERTE
COM  UM  MONTÃO  DE  BRINCADEIRAS

TEM  REZA PRA  SANTO  ANTÔNIO
PRA  SÃO  PEDRO  E  SÃO  JOÃO
TODO  MUNDO  FAZ  PROMESSA
PRA  TER  MUITA  ANIMAÇÃO

A  FESTA  VAI  COMEÇAR
VEM  CHEGANDO  MINHA  GENTE
PRA  ASSISTIR  O  CASAMENTO
DA  NHÁ  ZEFA  E  O  ZÉ  VICENTE






QUADRILHA
1- FORMAR  UMA  FILA  COM SEUS   PARES  E  DAR  DUAS VOLTAS ( MARCAR  O  LUGAR  PARA  QUE  AS  CÇAS  NÃO  SE  PERCAM )
2- UM  PAR  PARA  CADA  LADO ( MARCAR   O  LUGAR E O MOMENTO DE ISTO  SE  INICIAR )
3- PREPARAR  PARA  CUMPRIMENTAR  O  PÚBLICO ( DAR UM TEMPO PARA QUE AS  CÇAS VIREM PARA O  PÚBLICO  E FALAR : – CUMPRIMENTAR ,( DAR UM TEMPO) FALAR: AOS SEUS  LUGARES , BAILANDO.
4 CAVALHEIRO  CUMPRIMENTANDO AS DAMAS ( DAR UM TEMPO PARA QUE OS MENINOS FIQUEM DE FRENTE A COMPANHEIRA ) FALAR : CUMPRIMENTAR, AOS  SEUS  LUGARES, BAILANDO
5- DAMAS  CUMPRIMENTANDO  CAVALHEIROS ( FAZER O MESMO )
6- CAVALHEIROS AO CENTRO. DAR UM TEMPO ATÉ QUE TODOS ESTEJAM AO CENTRO. FALAR: CUMPRIMENTAR, AOS  SEUS  LUGARES, BAILANDO .
7- DAMAS  AO  CENTRO ( FAZER O  MESMO )
8- CUMPRIMENTO DE PARES ( TODOS PEGAM NA MÃO E VÃO AO CENTRO ) DAR UM TEMPO.  CUMPRIMENTAR : AS MENINAS DOBRAM JOELHOS  SEGURANDO NA SAIA, OS MENINOS DOBRAM OS JOELHOS TIRANDO O CHAPÉU COM O BRAÇO  ESQUERDO E ACENANDO COM O BRAÇO DIREITO . AOS SEUS  LUGARES . BAILANDO SEMPRE .
9- GALOPE : OS  PARES DANÇAM  TROCANDO O LADO , SEMPRE UM MENINO E UMA MENINA, VÃO ATÉ O CENTRO, SE JUNTAM PARA DANÇAR O GALOPE, VAI ATÉ O FINAL DA FILA E VOLTA NO SEU LUGAR . BAILANDO.
10- DANÇA  CRUZADA : AS  PONTAS  SE  ENCONTRAM (4) E  DANÇAM DEPOIS VOLTAM  AOS  SEUS  LUGARES
11- CADEIRINHA : UM  DE  CADA  LADO ( MENINA E  MENINO ) FAZ  A  CADEIRINHA , DANÇAM, VOLTAM  DE  FRENTE, TROCANDO  LADOS E  ACABAM  VOLTANDO  A  FILA  DE  ANTES . EX : 1  MENINO-DIREITO E A MENINA  ESQUERDA AMBOS  TROCAM , VOLTANDO  DE  FRENTE, TROCANDO  LADOS  ACABAM  VOLTANDO  A  FILA   DE  ANTES .
12- PREPARAR  PARA  A  FOTO : TEM  BASTANTE  FOTÓGRAFOS  AQUI, FAÇAM  UMA  POSE , CAPRICHEM !
13- PASSEIO : FALAR: AGORA  VAI  COMEÇA O PASSEIO, CADA UM COM SEU PAR  DE BRAÇOS DADOS ATÉ FORMAR UMA RODA. BAILANDO . PREPARAR PARA A DANÇA DO TUR
14- DANÇA  DO  TUR – DAMA  NA  FRENTE  DO  CAVALHEIRO, FAZ  TUR, TROCAR , ATÉ  CHEGAR  O  PAR SEMPRE BAILANDO
14- PASSEIO : SEGUE  CADA  PAR  ATRÁS DE  OUTRO  PARA . FAZ  TUR, SEGUE  O  PASSEIO.
15-  CAMINHO  DA  ROÇA : SEGUE O PASSEIO  UM NA FRENTE DO OUTRO,  DAMA SEMPRE NA FRENTE. FALAR : OLHA  A  COBRA ,( AS CRIANÇAS GRITAM, VOLTAM AO CONTRÁRIO E SEGUE O PASSEIO) FALAR:  A  PONTE  QUEBROU, ( AS CRIANÇAS  FALAM  OH 111  E VIRAM  E CONTINUAM O PASSEIO)  FALAR; OLHA  A CHUVA! ( AS CRIANÇAS APENAS REPETEM OH! MAS FAZEM GESTOS DE GUARDA-CHUVA COM AS MÃOS SOBRE A CABEÇA . FALAR: A CHUVA  JÁ  PASSOU. CONTINUAR O PASSEIO, BAILANDO.  VAMOS  SE  PREPARAR  PARA  A  CAPELINHA  DO  AMOR
16- CAPELINHA  DO  AMOR : OS  MENINOS  AJOELHAM-SE  E  ERGUEM  A  MÃO  COM  O  DEDO INDICADOR  E AS  MENINAS  VÃO  PASSANDO   ATÉ  CHEGAREM   NOS  PARES .
17- PASSEIO – FAZ  TUR
PREPARAR PARA O BARQUINHO
18- BARQUINHO
19- PASSEIO –  FAZ TUR
PREPARAR   PARA  O  TUNEL
20- TÚNEL : COMEÇAR O TÚNEL PELO  CASAL  DE  NOIVOS. FALAR  SEMPRE  BAILANDO...
21- PASSEIO-   FAZ  TUR
PREPARAR  PARA  O  CARACOL
22- CARACOL: DAMA  NA  FRENTE  DO CAVALHEIRO- A  NOIVA  COMEÇA E VAI  PUXANDO A FILA  ; DESMANCHAR  O  CARACOL
23- FORMAR  UMA  PEQUENA  RODA
      COROA  DE  ROSAS ( DAMAS NA FRENTE DO CAVALHEIRO DE MÃOS DADAS E OS CAVALHEIROS TAMBÉM FICAM DE MÃOS DADAS. FALAR  : COROAR, AS DAMAS ERGUEM OS BRAÇOS E ENTRELAÇAM COM OS CAVALHEIROS. FALAR: PARA A DIREITA, DEVAGAR, PARA A ESQUERDA.. DESCOROAR)
      COROA  DE  ESPINHO ( MENINOS  AO  CENTRO, FAZER O MESMO ...)
24- PASSEIO  -  FAZ  TUR
25- FORMAR  UMA  GRANDE  RODA
       DANÇA  DOS  NOIVOS
       PAIS  DA  NOIVA
       PAIS  DO  NOIVO
      PADRINHOS : TODOS  COM  SEU  PAR , CADA  UM  COM  SEU  PAR
26- PASSEIO  DA DESPEDIDA
  VIVA  SÃO  JOÃO
  VIVA  SÃO  PEDRO
  VIVA  AS  CRIANÇAS  ....

Festa Junina/ Repente


REPENTE 


PRIMEIRO  VERSO QUE  EU  FAÇO
ATRAVÉS  DO  MEU  REPENTE
MEU  BOA  NOITE  MEU  ABRAÇO
PRA  TODOS  QUE  ESTÃO  PRESENTES

EU  TAMBÉM  CANTO SAUDANDO
OS  MENINOS E  AS  MENINAS
QUE  ESTÃO  PARTICIPANDO
DA   NOSSA  FESTA  JUNINA

TERMINOU  O  MÊS  DE  JUNHO
QUE  É  UM  MÊS  DE  DIVERSÃO
É  O  MÊS  DE  SANTO  ANTÔNIO
DE  SÃO  PEDRO  E  SÃO  JOÃO

É  O  MÊS  DE  VINHO  QUENTE
DA  PIPOCA  E  DO  QUENTÃO
PRA  NÃO  CAUSAR  ACIDENTES
NÃO  VAMOS  SOLTAR   ROJÃO .

BALÃO  TAMBÉM NÃO  VAI  TER
NO  DIA  DA  NOSSA  FESTA
PORQUE  PODE ACONTECER
DE  INCENDIAR  NOSSAS  FLORESTAS

NÃO  VAMOS  SOLTAR  ROJÃO
NEM  VAMOS  SOLTAR  BOMBINHAS
PODEM  ESTOURAR  NAS  MÃOS
DE  ALGUNS  DOS  COLEGUINHAS

PORTANTO  MEUS  COLEGUINHAS
NOSSO  COMPROMISSO  É  ESSE
VAMOS  FAZER  A  FESTINHA
SEM  BALÃO  E  SEM  FOGUETE.

Festa Junina/ Desafio


DESAFIO- COMPADRE  MALAQUIAS

                               
O  COMPADRE  MALAQUIAS
ME  RESPONDA  SEM  PENSA
PURQUI É  QUI  OCE  TEM
ESSE  CHEIRO  DE  GAMBÁ

EU  TO  COM  CHERO  DANADO
OCÊ  TEM  TODA  RAZÃO
PUIS  PEGUEI  ESSE  CHERINHO
DO  GAMBÁ  DO  SEU  IRMÃO

SI  MEU  IRMÃO  É  GAMBÁ
TENHO  DELE  MUITO  DÓ
FOI  SÓ  DEPOIS  QUI  MORO
NA  CASA  DA  TUA  VÓ

PUR  FAVOR  CARO  CUMPADRE
NUM  MECHA  CA  MINHA  VÓ
CUIDE   BEM  DA  TUA  IRMÃ
QUI  TEM  UMA  PERNA  SÓ .

SI  ELA  PERDEU  A  PERNA
OCE  SABE ,  OCE  VIU ?
INFRAMÔ  CA  MORDIDA
QUE  ELA  LEVO  DO  CACHORRO
DO  SEU  TIU.

ELE  PERDEU  A   PERNA
E  O  CUITADO  A DENTADURA
POIS  PENSO QUI  TAVA  MORDENO
A  PERNA  DUMA   SARACURA.

O”  CUMPADRE  É  BOM  NOIS  PARÁ
DE  PONHA  A  FAMIA  NO  MEIO
OS  OUTRO  PODI  ACREDITA
PÁ  NOIS  FICA  MUITO  FEIO.

VAMO  PARA  DE  BRIGA
O  CUMPADRE  TEM  RAZÃO
VÔ  TE  DAR  UM  ABRAÇO, APERTADO
DO  FUNDO  DO  MEU  CORAÇÃO .
                                                                                                  Joinha e Vera Galvão 
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março 19, 2012

PÁSCOA PARA PEQUENINOS PARTE II

Contos



O Peixinho de Ouro

Em uma ilha distante daqui, a Ilha Buián, viviam um pescador e sua esposa. Muito velhos e muito pobres, tinham apenas sua cabana para viver e uma rede que o homem fizera com suas próprias mãos para pescar.
       Um dia, ao mar, o homem sentiu que a rede lhe vinha mais pesada. E, pensando na boa pescaria que fizera, veio puxando, puxando a rede, puxando com toda a sua força... entre as malhas, a mesma água, o mesmo sal, e um peixinho do tamanho de quase nada. No entanto, não era um peixe comum: suas escamas eram de puro ouro.
       O velho pescador já ia agarrá-lo quando o animaleto assim falou:
       "Não me leves, avozinho... Deixa-me livre nas águas do mar que te serei de grande valia. Tudo o que desejares, dar-te-ei em recompensa."
       Embora perdesse a pesca e o almoço, o velho respondeu:
       "Vai-te embora, não preciso nada de ti. Vive em paz no mar!"
       Voltando para casa, o homem viu viu que a velha lhe esperava à porta. "E que tal foi a pesca hoje?" Sem dar importância ao ocorrido, foi contando...
       __ Que velho mais idiota! Tivestes a sorte entre as mãos e não soubestes aproveitar! Ao menos, tivesses pedido um bocado de pão... com o que havemos de forrar o estômago, se não há nesta casa nem uma pobre migalha?
       E a velha brigou o dia inteiro com o marido -- até que ele, não podendo mais ouvir sua voz, foi à beira-d'água:
       __ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
       O peixe de ouro nadou em sua direção:
       "O que desejas, bom velho?"
       __ Minha mulher está zangada e diz querer pão.
       "Volta para casa que pão não vos faltará."
       Ao chegar, o velho encontrou a mulher mais brava do que antes. (Ela era do tipo difícil de agradar!) Pão havia de sobra, uma gaveta cheia. O que agora ela queria era uma tina nova -- a madeira havia rachado e ela não tinha onde lavar a roupa:
       __ Vai dizer ao tal peixe que nos providencie uma!
       O homem obedeceu e, mais uma vez, foi à praia:
       __ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
       O peixe de ouro veio a nadar.
       "E o que desejas, meu bom velho?"
       __ Minha mulher precisa de uma tina nova.
       "Volta para casa que a tina nova lá está."
       O pescador estava ainda uns vinte passos de cabana, a mulher correu ao seu encontro:
       __ Vá imediatamente falar com o peixe e peça-lhe que construa uma casa nova para nós! Aqui já é impossível alguém morar...
       Girando nos calcanhares, o homem voltou ao mar. Repetiu as mesmas palavras (que você já sabe, por isso não vou repetir) e o peixe apareceu, dourado e solícito como sempre. No entanto, de novo em casa, o pobre do pescador viu sua esposa soltando fumaça pelas orelhas:
       __ Quão estúpido tu me vens! Esta casa é muito pequena! Não a quero! Vai outra vez ter com o tal peixinho de ouro e faça-o saber que não quero ser mais uma camponesa: quero ser esposa de governador, ter uma casa decente para morar!
       Mais uma vez, lá foi o bom velho:
       __ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
       O peixe nadou até a margem e assim fez, a cauda na água e a cabeça ao céu a falar:
       "Que agora desejas?"
       __ Minha mulher deve estar maluca: ela não me deixa em paz. Diz que já não quer ser camponesa, prefere ser esposa de governador.
       "Não te aflijas, que tudo estará resolvido."
       Ao voltar, não mais encontrou a velha cabana, nem outra mais nova sequer... Erguia-se, no mesmo terreno, uma mansão de três andares, contruída sobre largas bases de pedra. Sim, o peixe de ouro havia atendido com prontidão a mais esse pedido. Foi achegando-se e os criados vieram recebê-lo no pátio, perguntou por sua esposa... não tardou por encontrá-la refestaleda em uma poltrona, toda vestida em luxo.
       __ Como estás, minha esposa? Contente?
       __ Tens o atrevimento de chamar-me tua mulher, justo a mim, mulher do governador?
       E assim dizendo, deu ordens aos criados para despejarem-no à rua. Lá fora, o pescador levou boa surra com paus e cordas. Apanhou de tal jeito que, só com muito custo, conseguiu ficar de pé outra vez... e, além de tudo, foi nomeado varredor da casa, obrigado à vassoura e a deixar o pátio sempre limpo... se encontrassem uma folhinha no chão ou qualquer sujeira sequer, deciam-lhe o pau!
       Foi vivendo assim humilhado até o dia em que a esposa do governador quis vê-lo pessoalmente. Já estava cansada daquela vida.
       __ Vai, agora mesmo, velho tonto, falar com o teu peixe. Desejo ser czarina para toda gente me obedecer e respeitar! Devo morar em um palacete e todos deverão se inclinar quando me virem passar! Andas, sem demora!
       E foi ao mar ao pescador e veio à praia o peixe de ouro.
       Tudo se fez como contam as palavras... e, naquele mesmo lugar, onde muito tempo atrás existiu uma cabana, no lugar dela, estava um palácio coberto com telhas de ouro. Sentinelas tomavam conta à porta. E ele entrou por um rico jardim, viu muito mais criados correndo de um lado para o outro. Na cozinha, descobriu-se um bom cheiro pelo ar, preparavam um banquete. E cada vez mais ressabiado, o pescador procurou pela mulher.
       Ela, estava lá, no alto de uma esplanada, entre nobres e generais, passando revista às tropas. Tambores e trompetes faziam soar o hino do Czar...
       O pescador desistiu de falar-lhe, procurou pela vassoura e ficou bem quieto em seu posto.
       Mas não demorou para que a velha esposa se entendiasse com toda aquela vida de riqueza e honrarias; então, ordenou que trouxessem o pescador à sua presença. Nobres, generais, soldados e criados colocaram-se em polvorosa pois ninguém jamais havia ouvido falar de tal pessoa entre os afetos da czarina... Foi com muita dificuldade que conseguiram encontrar o bom velho, levado imediatamente para o salão do trono.
       __ Tens sorte de ainda viver para ver-me deusa dos mares. Este é meu desejo, comandar toda gente que vive sob as águas. Sem demora, retornas ao peixe e ordene-lhe!
       Coração muito apertado, o pescador obedeceu.
       __ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
       Mas o peixe de ouro não apareceu na primeira chamada, nem na segunda, nem na terceira...
       Foi então que o mar se ergueu, ondas revoltas, o azul ficando escuro. As águas ficaram irreconhecíveis e, neste momento, o peixe de ouro chegou à beira-praia:
       "Que mais queres, bom velho?"
       E ele tudo foi contando como havia acontecido, mas o peixe, sem mais nada dizer, deu as costas e... desapareceu nas profundezas do mar!
       O pobre pescador foi-se também embora, pensando na guilhotina à espera de seu pescoço. Mas, chegando, que surpresa encontrou no lugar do palácio: a velha cabana, pequena e mal-acabada, sua mulher sentada num toco de árvore remendando uma roupa por costurar. Tudo de volta ao mesmo lugar, toda vida como era antes.
       Pescando dia após dia, o velho, a rede e o mar, nunca mais teve a mesma sorte de encontrar seu amigo de ouro. 


Conto russo adaptado por Peter O'Sagae
Bola de Manteiga

ERA UMA VEZ um casal de camponeses que morava numa cabana junto a uma grande floresta. Eles tinham um filho, tão gordinho que era conhecido de todos como Bola de Manteiga. E tinham também um cachorrinho, pequeno de porte mas forte de voz, que atendia pelo nome de Dente de Ouro.
       Certa tarde, em que o pai do Bola de Manteiga havia ido à floresta cortar lenha e a mãe estava às voltas com seus afazeres na cozinha, o Dente de Ouro começou a latir, a latir muito.
       __ Vá lá fora ver o que está acontecendo, meu filho - disse a mãe do Bola de Manteiga.
       O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha.
       __ Mãe, mãe! É uma troll horrível, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas e está vindo pra cá!
       __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha - disse a mãe.
       Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender.
       __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja?
       __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está?
       __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi até a floresta com o pai, ajudar a cortar lenha - mentiu a mãe.
       __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui uma faquinha de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear.
       __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa.
       __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, acordei hoje com um dor terrível nas costas. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar a faquinha você mesmo?
       O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se das dores nas costas, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho.
       Mas era um tarde quente. Os borrachudos zuniam por toda parte, o Bola de Manteiga era mesmo bastante pesadinho, e a Troll tinha apenas um braço disponível para segurar o saco. Por isso, depois de andar um tanto, resolveu encostar num barranco, para descansar um pouco. E, não demorou muito, acabou cochilando. Quando o Bola de Manteiga percebeu a respiração regular da Troll, pegou a faquinha de prata, cortou um rombo no saco, saiu, enfiou lá dentro um toco de árvore, amarrou o lugar do corte e foi correndo de volta para a casa de seus pais.
       Daí a pouco, a Troll acordou. Percebeu que o tempo havia passado e, sem pensar noutra coisa, pegou de novo no saco e foi andando, no trote, até chegar em casa, onde sua filha já estava com o caldeirão no fogo.
       __ Onde você esteve todo esse tempo, mãe! - perguntou a Trolleta. - A água que a senhora me mandou pôr pra ferver já secou quase toda!
       A Troll fez a filha colocar mais água e adicionar sal, pimenta, cebola, batata e cenoura. Quando a água chegou ao ponto de fervura, a Troll pôs a cabeça na mesa da cozinha e, com as duas mãos livres, pegou no saco e foi despejar o Bola de Manteiga no caldeirão. Mas o toco de árvore que saiu do saco espalhou água fervente para tudo quanto é canto, queimou as mãos e o rosto da Trolleta, apagou o fogo e só não fez mal à Troll porque ela havia deixado sua cabeça longe do corpo.
       E passaram-se alguns dias. Mas, numa outra tarde, de grande mormaço, quando o pai do Bola de Manteiga havia saído para caçar, a mãe do Bola de Manteiga estava na cozinha, assando pão, e o seu menino, como de costume, brincando e azucrinando a paciência. De repente, ouviram o latido forte e zangado do Dente de Ouro.
       __ Vá lá fora ver o que está acontecendo, meu filho - disse a mãe do Bola de Manteiga.
       O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha.
       __ Mãe, mãe! É aquela Troll horrível de novo, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas e está vindo pra cá!
       __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha, - disse a mãe.
       Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender.
       __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja?
       __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está?
       __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi até a floresta com o pai, ajudar na caçada - mentiu a mãe.
       __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui um garfinho de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear.
       __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa.
       __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, quando me levantei hoje, dei um mau jeito na cintura. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar o garfinho você mesmo?
       O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se do mau jeito da cintura, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho.
       Mas o calor da tarde, o zunido dos insetos e o peso do Bola de Manteiga, que certamente não havia emagrecido desde a última vez, tudo isso fez a Troll sentir-se sonolenta, cansada. E, depois de um par de léguas, resolveu encostar num barranco, para descansar um pouco. Não demorou muito, acabou cochilando. Quando o Bola de Manteiga percebeu a respiração regular da Troll, pegou o garfinho de prata, fez um furo no saco, saiu, enfiou lá dentro uma pedra bem grande, amarrou o lugar do furo e foi correndo de volta para a casa de seus pais.
       Daí a pouco, a Troll acordou. Percebeu que o tempo havia passado e, sem pensar noutra coisa, pegou de novo no saco e foi andando, no trote, até chegar em casa, onde sua filha já estava com o caldeirão no fogo.
       __ Onde você esteve todo esse tempo, mãe! - perguntou a Trolleta. - A água que a senhora me mandou pôr pra ferver já secou quase toda!
       A Troll fez a filha colocar mais água e adicionar sal, pimenta, cebola, batata e cenoura. Quando a água chegou ao ponto de fervura, a Troll pôs a cabeça na mesa da cozinha e, com as duas mãos livres, pegou no saco e foi despejar o Bola de Manteiga no caldeirão. Mas a pedra que saiu do saco espalhou água fervente para tudo quanto é canto, queimou as mãos e o rosto da Trolleta, rachou o caldeirão no meio e apagou o fogo.
       Dessa vez, a Troll ficou furiosa e jurou que da próxima o Bola de Manteiga não escapava.
       E passaram-se mais alguns dias, parece até que pouco mais de uma semana. Foi daí que, numa outra tarde, em que o verão parecia estar dando seu último sobressalto de maior calor, quando o pai do Bola de Manteiga havia saído para a floresta para colher frutos silvestres, a mãe do Bola de Manteiga estava na cozinha, preparando conservas, e o Bola de Manteiga, para variar, fazendo das suas. Subitamente, ouviram o latido zangado do Dente de Ouro.
       __ Vá lá fora, meu filho, e veja por que o Dente de Ouro está latindo tanto - disse a mãe do Bola de Manteiga.
       O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha.
       __ Mãe, mãe! É aquela Troll horrível de novo, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas!
       __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha - disse a mãe.
       Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender.
       __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja?
       __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está?
       __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi à floresta com o pai, ajudar a colher amoras - mentiu a mãe.
       __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui uma colherinha de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear.
       __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa.
       __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, acordei hoje com um reumatismo terrível nas juntas. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar a colherinha você mesmo?
       O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Mas, quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se do reumatismo, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho.
       E dessa vez ela não ia se deixar enganar e, apesar do calor e do peso do Bola de Manteiga, foi num trote só, por entre atalhos e caminhos pedregosos, até chegar à sua casa. Lá chegando, a Troll largou o saco com o Bola de Manteiga num canto da cozinha e disse para sua filha, a Trolleta:
       __ Vou agora me arrumar para ir à missa e, quando voltar, vão vir comigo uns vizinhos para jantar. Enquanto eu estiver fora, você me prepare um bom ensopado de Bola de Manteiga, do jeito que eu te ensinei.
       __ Sim, mamãe - disse a Trolleta e apressou-se a pôr o caldeirão no fogo, enquanto a Troll se arrumava e saía. Quando a água do caldeirão já estava fervendo e a Trolleta já havia colocado os temperos, a batata e a cenoura, ela abriu o saco; e lá estava o Bola de Manteiga, sentado, bem quietinho. Mas a Trolleta ficou apenas olhando para ele, com o olhar aparvalhado.
       __ O que é que foi? - perguntou o Bola de Manteiga. - Por que você está me olhando assim?
       __ É que eu tenho que fazer ensopado de você - disse a Trolleta. - E não sei como tenho que fazer para te matar e picar.
       __ Ora, isso é muito fácil - disse o Bola de Manteiga. - Quer que eu te mostre?
       __ Quero, quero sim - disse a Trolleta.
       __ Você tem algum machado por aí?
       __ Tem um que fica junto do monte de lenha, atrás do celeiro.
       __ Então, traga o machado aqui - instrui Bola de Manteiga. E, quando a Trolleta voltou, disse-lhe:
       __ Agora, deite a cabeça em cima daquele banquinho.
       E a tonta da Trolleta fez o que o Bola de Manteiga lhe disse e ele, mais do que depressa, desferiu-lhe um golpe e cortou-lhe a cabeça.
       Então, o Bola de Manteiga ajeitou a cabeça da Trolleta na cama e forrou com cobertores e acolchoados, para dar impressão de que ela estava deitada, dormindo. Com o resto da Trolleta, preparou o ensopado que a Troll havia encomendado. Depois, pegou o toco de árvore e a pedra, subiu com os dois para o telhado e ficou esperando.
       Depois de algum tempo, a Troll voltou da missa com o casal de trolls vizinhos. Quando abriram a porta, cheiraram o ar e foram logo dizendo:
       __ Huum... que cheirinho bom de ensopado de Bola de Manteiga! - E lá do telhado, chaminé abaixo, o Bola de Manteiga sussurrou:
       __ Que cheirinho bom de ensopado de Trolleta!
       Os trolls ouviram, mas, como tudo parecesse em ordem, fizeram de conta que nada acontecera. Viram a Trolleta na cama e, certos de que ela estava descansando depois de ter preparado o jantar, entraram na cozinha, destamparam o caldeirão e foram logo pegando um colher de pau para experimentar o caldo. E cada um que tomava uma colherada do caldo ia dizendo:
       __ Huum... que caldo gostoso de Bola de Manteiga!
       E o Bola de Manteiga, lá do telhado, retrucava, a cada vez, chaminé abaixo:
       __ Que caldo gostoso de Trolleta!
       Então, os trolls ficaram cismados e correram até a porta para ver o que estava acontecendo. Mas, quando suas cabeças apareceram do lado de fora, o Bola de Manteiga deixou cair o toco de árvore e a pedra e matou-os todos. A seguir, o Bola de Manteiga desceu e, percorrendo a casa de cômodo em cômodo, juntou o ouro e toda a prata que conseguiu carregar e voltou para a casa de seus pais, que nunca mais passaram qualquer necessidade. 


AUBERT, Francis Henrik (org.).  Askeladden e outras aventuras - uma antologia de contos populares noruegueses.  2. ed.  São Paulo: Editora da Univer-sidade de São Paulo, 1995.   pp. 37-48.