maio 26, 2010

Elogios e críticas: é importante que os educadores saibam dosar

Por Içami Tiba

Um bom e merecido elogio eleva a alma, aumentando a auto-estima, enquanto uma severa crítica destrutiva congela a pessoa, minando a auto-estima. Tanto elogios quanto críticas chegam de outras pessoas, reforçando ou contrariando o que uma pessoa avalia de si mesma. Não costuma ser bem visto um autoelogio, mas uma autocrítica é estimulada em uma sociedade onde se pretende que as pessoas procurem melhorar sempre. Mas não há como impedir que uma pessoa sinta um bem estar quando faz algo que ela mesma aprove e aprecie. Raramente uma pessoa deix a de fazer uma autocrítica, principalmente quando ela tem o hábito de reavaliar a sua participação seja em onde e como for. Esta autoavaliação pode ser entendida como se a pessoa tivesse dentro de si um juiz que lhe avaliasse em cada pensamento, sentimento ou ação. Este juiz que habita o interior de todas as pessoas um dia já esteve fora. São os pontos de vista dos seus pais (professores, parentes ou quaisquer outras pessoas) que lhes sejam importantes e significativas. Se estas pessoas foram saudáveis educadores, isto é, souberam dosar bem os elogios e críticas, o juiz é bastante justo. Desenvolve-se o juiz interno como se desenvolve a língua que os circundantes usam. Em geral, pais muito severos que só criticam desenvolvem um juiz autocrítico severo, mas um fraco autoelogiador e pais que só elogiam desenvolvem um juiz permissivo que avalia como positiva qualquer ação que venha a praticar. Nem tanto à terra, nem tanto ao mar, mas neste caso, o equilíbrio não está no meio, mas o juiz ser mais crítico ou elogiador conforme a necessidade da própria criança a ser educada. Nem todas as crianças nascem iguais. Umas já nascem mais sossegadas e outras mais agitadas. Em geral as mais sossegadas aprontam menos, pois pensam antes de fazer e levam menos broncas que as agitadas que acabam fazendo sem pensar. Broncas e críticas a crianças mais tranqüilas tornam o seu juiz interno muito autocrítico. Elogios e afagos a crianças impulsivas constroem um juiz interno muito permissivo e quase delinqüente. Imaginemos o que acontece com uma criança que já tenha seu juiz interno mais crítico que elogiador receba do professor uma crítica, um apelido, uma gozação, uma ironia, ou uma desqualificação do professor durante a aula, ou dos colegas formadores de opinião fora da sala de aula... Há críticas que ajudam e outras que atrapalham. As que ajudam são as verdadeiras, mas critica-se a ação e não a pessoa. Chamar um aluno de "vagabundo" por não ter feito uma lição é julgar o aluno e não a sua falha. É preciso ter elevadíssima auto-estima para não se abalar com apelidos pejorativos colocados por colegas conhecidos e/ou conviventes. Existe em família um costume horrível: criticar a pessoa querida por desejar que ela melhore. Tão horrível quanto elogiá-la em tudo, mesmo que não mereça o elogio, pois, assim, pensam os elogiadores, "quem sabe ela melhore..." Isso pode acontecer com pais que por algum motivo acabam sendo professores dos seus próprios filhos. O que acontece com estes pais tem um nome: envolvimento emocional. Tanto o elogio quanto a crítica não devem ser sobrecarregados com outros significados além dos seus próprios. Assim, principalmente os educadores não devem misturar suas emoções, afetos, preferências e rejeições sobre seus elogios e críticas aos seus alunos, sob o risco de descaracterizar suas funções educativas.

Dr. IÇAMI TIBA

Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, Curitiba, 23/07/08


O palestrante é membro eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso". Professor de cursos e workshops no Brasil e no Exterior. Em pesquisa realizada em março de 2004, pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração - o primeiro nacional.

1º- lugar: Sigmund Freud; 2º- lugar: Gustav Jung; 3º- Lugar: Içami Tiba

1.. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.

2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar com internet, som, TV, etc.

3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados

4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.

5. Informação é diferente de conhecimento.. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.

6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinqüente.

7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora.. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.

8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.

9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.

10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconseqüente.

11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.

12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.

13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.

14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.

15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo..

16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação.. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.

17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca..

18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.

19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.

20. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.

21. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.

22. O erro mais freqüente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.

23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (kWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

25. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

Frase: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."

Projeto Festa Junina Solidária

Envolvidos: Alunos da Educação Infantil a 8ª série, professores, pais, funcionários e equipe diretiva.
Justificativa:

Este projeto visa integrar a comemoração da festa junina com o trabalho que a escola vem desenvolvendo desde o ano passado que é o de festejar culminando em uma ação social voltada ao público mais carente de nossa cidade, procurando exercer a cidadania através de ações concretas, solidárias e participativas, em benefício e melhoria de vida.


Este projeto está dividido em quatro etapas: atividades em sala relacionadas à data, gincana envolvendo a ornamentação da escola, a confecção de colchas de retalhos e cobertores de lã, festa junina em nossa escola e a festa junina solidária com a entrega do material produzido. As duas primeiras etapas vão acontecendo ao mesmo tempo.

Objetivos:


Conhecer as características das festas juninas em diferentes regiões do país;


Valorizar e demonstrar atitudes de respeito ao trabalho e ao homem do campo;


Promover interesse e participação na ornamentação da escola e confecção das colchas e cobertores;


Compreender a história da festa junina, bem como seu valor dentro do folclore brasileiro, destacando seus aspectos sociais e religiosos;


Perceber a importância do trabalho em equipe e a união do mesmo;


Etapas do desenvolvimento:






1- Atividades em sala de aula




As professoras de todas as disciplinas participarão do projeto desenvolvendo atividades em sala relacionadas com a data. Cada uma também ficará responsável por uma turma para ajudar na ornamentação da escola, da sua sala e da confecção das colchas e cobertores.


De Educação Infantil a 4ª série:


Maternal: músicas, colagem, quebra-cabeça, balão com sucata, confecção de mural, recortes, dobraduras, produção de enfeites para a sala.


Jardim I: diferenças entre a zona rural e urbana, canções juninas, santos do mês, festas caipiras (antigas e atuais), brincadeiras juninas, tradição e símbolos.


Jardim II e III: cantigas juninas, culinária, enfeites (espantalho, caipira, fogueira, etc), diferenças entre a zona rural e urbana, santos juninos.


1ª série: ditado junino, quadrinhas, texto informativos sobre os santos do mês.


2ª série: pesquisa sobre a festa junina, músicas, brincadeiras, comidas e quadrinhas, santos do mês e culinária


3ª e 4ª série:  história da festa junina no Brasil, santos do mês, quadrinhas.


3ª e 4ª série:  músicas, comidas típicas, brincadeiras, origem da desta junina.






De 5ª a 8ª série:


Português e Filosofia: atitudes, respeito para o trabalho em grupo e ao homem do campo.


Matemática: confecção dos quadradinhos de lã com todas as turmas.


História: Pesquisa sobre " Festa Junina"- (histórico)


Geografia: comidas típicas das regiões brasileiras com alunos da 6ª série.


Ciências: integrar com Geografia


Ensino Religioso: santos juninos


Educação Artística: produção e confecção dos convites para a festa junina.


Educação Física: produção e ensaio das danças a serem apresentadas na festa junina.

2- Gincana:


A gincana será realizada da seguinte forma:






Formação das equipes:


1- Educação Infantil


2- 1ª e 2ª série


3- 3ª e 4ª série


4- 5ª e 6ª série


5- 7ª e 8ª série

a) As professoras responsáveis pelas equipes (regentes e coordenadoras), juntamente com seus alunos, estarão ornamentando a sala e a escola. Cada equipe fica responsável por um local:



cantina: 7ª e 8ª séries


galpão: Educação Infantil


recepção e corredor central: 1ª e 2ª séries


corredores laterais: 3ª e 4ª séries


entrada dos alunos: 5ª e 6ª séries

Observação: os enfeites deverão ser colocados no dia 30 de maio. É necessário deixar alguns enfeites prontos para o dia da festa. Cada equipe deverá fazer um, ou mais, cartaz(es) convidando o público para a festa (que deverá estar pronto na mesma data).


b) Os convites ficarão sob responsabilidade da professora de Artes, com os alunos, que deverão ser enviados no dia 02 de junho.


c) Em relação às colchas e cobertores:


Arrecadar retalhos de tecidos que serão costurados e transformados em colchas.


Arrecadar restos de lãs e fazer quadradinhos de tricô e/ou crochê que serão transformados em cobertores.






Todo este trabalho poderá ser realizado em parceria com mães, avós, tias e, principalmente, com os próprios alunos. As colchas e cobertores deverão ter as seguintes medidas: 1,20 m na largura e 2,00 m no comprimento.

Os pontos da gincana serão computados da seguinte forma:


50 pontos para a sala enfeitada com originalidade e criatividade até o prazo determinado;


50 pontos para o ambiente enfeitado com mais criatividade e dentro do prazo determinado;


10 pontos para cada cartaz confeccionado, sendo 05 para a originalidade e 05 para a criatividade;


100 pontos para cada colcha produzida na medida estabelecida;


200 pontos para cada cobertor tricotado na medida estabelecida;


10 pontos para cada mãe, tia, avó que estiver participando do trabalho na escola;


50 pontos para a montagem e apresentação de uma dança junina;


02 pontos para cada participante da dança;


Obs: na semana da festa junina haverá provas surpresas.

Premiação: um passeio surpresa.


ENTREGA DAS COLCHAS E COBERTORES:


Será feito a idosos carentes de uma comunidade a ser escolhida.

FESTA JUNINA NA ESCOLA:


Será realizada na escola, no dia ---- de junho de -------. Terá início às 17:00 horas. Nesta festa teremos barracas com brincadeiras, como pescaria, jogo da argola, barraca surpresa, correio elegante, barracas com comidas típicas, apresentações das danças, bingo. A ornamentação da festa será realizada no dia 07 pela manhã e deverá contar com a participação das famílias, professores e alunos.

Festa do Interior (música)


Principais festas populares depois do carnaval, as festas juninas guardam resquícios de tradições ancestrais e são um retrato da diversidade cultural brasileira.

Quando chega o mês de junho, todos já sabem: São João vem aí. É hora de preparar os chapéus de palha e as bandeirolas, convidar compadres e comadres para dançar quadrilha, acender a fogueira, soltar rojão e se esbaldar de tanto comer pipoca, cocada e pé-de-moleque.

As festas juninas são as principais festas populares brasileiras depois do carnaval. São nossas típicas festas do interior. Graças às escolas de todo o país, essa tradição tem se mantido, fazendo com que nessa época do ano o Brasil rural contagie a nação e as crianças coloquem o “pé na roça”.

No mês de junho, o país se converte em um enorme arraial. Misto de quermesse e matrimônio, as festas juninas são paródias desses dois pontos altos do calendário de toda cidadezinha que se preze. De uma só vez, a cultura popular recria, à sua maneira, o casamento e a festa da padroeira. Nessas ocasiões, o caipira veste seu melhor paletó e a botina de passeio - aquela que aperta o dedão, acostumado ao chinelo. É dia de música, dança e mesa farta, tudo de que se precisa para que a festa não acabe antes do amanhecer.

Ainda que as festas juninas tenham ajudado a criar uma imagem estereotipada do homem do campo, questionada por muitos - um sujeito que fala errado, com dentes sujos, chapéu desfiado e calça na altura das canelas e cheia de remendos -, uma coisa é certa: elas preservaram de alguma forma todo o simbolismo dos folguedos anteriores à Era Cristã.

Tradição ancestral

As festas juninas são as guardiãs da tradição secular de dançar ao redor do fogo. Originalmente, o ponto alto dos festejos ao ar livre era o solstício de verão, em 22 de junho (ou 23), o dia mais longo do ano no Hemisfério Norte. As tribos pagãs também comemoravam dois eventos marcantes nessa época: a chegada do verão e os preparativos para a colheita. Nos cultos, celebrava-se a fertilidade da terra. Ao pé da fogueira, faziam-se oferendas, pedindo aos deuses para espantar os maus espíritos e trazer prosperidade à aldeia.

Atualmente, a celebração da fertilidade é representada pelo casório e pelo banquete que o segue e as oferendas deram lugar às simpatias, adivinhações e pedidos de graças que se fazem ao santos. O próprio balão leva as promessas a São João para se conseguir saúde ou dinheiro para quem ficou em terra. Porém, o santo mais requisitado é mesmo Santo Antônio de Pádua, que ganhou fama de casamenteiro, segundo reza a lenda, ao levar três irmãs solteiras ao altar. Uma das adivinhações consiste em cravar uma faca nova no tronco de uma bananeira. Com um pouco de imaginação, podem-se ver na lâmina os contornos da inicial do nome do futuro marido, desenhados pela seiva da árvore.

Caldeirão de culturas


As festas juninas são também um retrato das contribuições culturais de cada povo à cultura brasileira. Para fazer uma festa junina, deve-se cumprir à risca a seguinte receita:

Comemore as festas juninas conforme os moldes portugueses, isto é, celebre-as em três devotas prestações: 13 de junho, Santo Antônio; 29 de junho, São Pedro, primeiro papa - a "pedra" em que se fundou a Igreja Católica; e, por fim, 24 de junho, São João Batista, primo de Jesus responsável por seu batismo. Desde o século XIII, a festa de São João portuguesa, chamada "joanina", incluiu os dois outros santos.

Adicione uma colher de chá de tradição francesa. As quadrilhas são inspiradas em bailes rurais da França do século XVIII, em cujas coreografias os casais se cumprimentavam e trocavam de pares. Essas danças desembarcaram com a família real portuguesa em 1808. Até hoje, em alguns lugares, as evoluções são orientadas por palavras francesas aportuguesadas: promenade (passeio), changê (trocar), anavam (em frente), anarriê (para trás).

Para dar sabor, o toque final: culinária tipicamente indígena, com comidas feitas à base de milho - espigas cozidas, pamonha, canjica e bolo de fubá -, mandioca e coco.

Brincando com fogo

“... Ninguém matava, ninguém morria / Nas trincheiras da alegria / O que explodia era o amor." A festa junina é assim mesmo como Moraes Moreira a descreve. Tudo acaba bem. O noivo fujão é puxado pelo colarinho e aceita sua noiva como legítima esposa. Dito o "sim", com a bênção do padre, o pai da noiva coloca de volta o revólver no cinturão.

Mas para quem resolve brincar com fogo nem sempre o final é feliz. Saltar fogueiras, driblar busca-pés e soltar balões já estragou a folia de muita gente. A destruição pode ser maior se o balão atingir a mata e provocar incêndios, especialmente em anos de prolongada estiagem como este.

Quando Isabel acendeu a fogueira e hasteou uma bandeirinha para anunciar o nascimento de seu filho, São João, a fogueira era sinal de bom presságio. Hoje, os guardas florestais se inquietam: onde há fogueira, há balões. Por isso, desde 1965, soltar balões é crime previsto pelo Código Florestal. Quem trocar os balões por inofensivas bombinhas e traques merece aquela prenda que está lá no alto do pau-de-sebo.