março 19, 2012
Contos
O Peixinho de Ouro
Em uma ilha distante daqui, a Ilha Buián, viviam um pescador e sua esposa. Muito velhos e muito pobres, tinham apenas sua cabana para viver e uma rede que o homem fizera com suas próprias mãos para pescar.
Um dia, ao mar, o homem sentiu que a rede lhe vinha mais pesada. E, pensando na boa pescaria que fizera, veio puxando, puxando a rede, puxando com toda a sua força... entre as malhas, a mesma água, o mesmo sal, e um peixinho do tamanho de quase nada. No entanto, não era um peixe comum: suas escamas eram de puro ouro.
O velho pescador já ia agarrá-lo quando o animaleto assim falou:
"Não me leves, avozinho... Deixa-me livre nas águas do mar que te serei de grande valia. Tudo o que desejares, dar-te-ei em recompensa."
Embora perdesse a pesca e o almoço, o velho respondeu:
"Vai-te embora, não preciso nada de ti. Vive em paz no mar!"
Voltando para casa, o homem viu viu que a velha lhe esperava à porta. "E que tal foi a pesca hoje?" Sem dar importância ao ocorrido, foi contando...
__ Que velho mais idiota! Tivestes a sorte entre as mãos e não soubestes aproveitar! Ao menos, tivesses pedido um bocado de pão... com o que havemos de forrar o estômago, se não há nesta casa nem uma pobre migalha?
E a velha brigou o dia inteiro com o marido -- até que ele, não podendo mais ouvir sua voz, foi à beira-d'água:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro nadou em sua direção:
"O que desejas, bom velho?"
__ Minha mulher está zangada e diz querer pão.
"Volta para casa que pão não vos faltará."
Ao chegar, o velho encontrou a mulher mais brava do que antes. (Ela era do tipo difícil de agradar!) Pão havia de sobra, uma gaveta cheia. O que agora ela queria era uma tina nova -- a madeira havia rachado e ela não tinha onde lavar a roupa:
__ Vai dizer ao tal peixe que nos providencie uma!
O homem obedeceu e, mais uma vez, foi à praia:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro veio a nadar.
"E o que desejas, meu bom velho?"
__ Minha mulher precisa de uma tina nova.
"Volta para casa que a tina nova lá está."
O pescador estava ainda uns vinte passos de cabana, a mulher correu ao seu encontro:
__ Vá imediatamente falar com o peixe e peça-lhe que construa uma casa nova para nós! Aqui já é impossível alguém morar...
Girando nos calcanhares, o homem voltou ao mar. Repetiu as mesmas palavras (que você já sabe, por isso não vou repetir) e o peixe apareceu, dourado e solícito como sempre. No entanto, de novo em casa, o pobre do pescador viu sua esposa soltando fumaça pelas orelhas:
__ Quão estúpido tu me vens! Esta casa é muito pequena! Não a quero! Vai outra vez ter com o tal peixinho de ouro e faça-o saber que não quero ser mais uma camponesa: quero ser esposa de governador, ter uma casa decente para morar!
Mais uma vez, lá foi o bom velho:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe nadou até a margem e assim fez, a cauda na água e a cabeça ao céu a falar:
"Que agora desejas?"
__ Minha mulher deve estar maluca: ela não me deixa em paz. Diz que já não quer ser camponesa, prefere ser esposa de governador.
"Não te aflijas, que tudo estará resolvido."
Ao voltar, não mais encontrou a velha cabana, nem outra mais nova sequer... Erguia-se, no mesmo terreno, uma mansão de três andares, contruída sobre largas bases de pedra. Sim, o peixe de ouro havia atendido com prontidão a mais esse pedido. Foi achegando-se e os criados vieram recebê-lo no pátio, perguntou por sua esposa... não tardou por encontrá-la refestaleda em uma poltrona, toda vestida em luxo.
__ Como estás, minha esposa? Contente?
__ Tens o atrevimento de chamar-me tua mulher, justo a mim, mulher do governador?
E assim dizendo, deu ordens aos criados para despejarem-no à rua. Lá fora, o pescador levou boa surra com paus e cordas. Apanhou de tal jeito que, só com muito custo, conseguiu ficar de pé outra vez... e, além de tudo, foi nomeado varredor da casa, obrigado à vassoura e a deixar o pátio sempre limpo... se encontrassem uma folhinha no chão ou qualquer sujeira sequer, deciam-lhe o pau!
Foi vivendo assim humilhado até o dia em que a esposa do governador quis vê-lo pessoalmente. Já estava cansada daquela vida.
__ Vai, agora mesmo, velho tonto, falar com o teu peixe. Desejo ser czarina para toda gente me obedecer e respeitar! Devo morar em um palacete e todos deverão se inclinar quando me virem passar! Andas, sem demora!
E foi ao mar ao pescador e veio à praia o peixe de ouro.
Tudo se fez como contam as palavras... e, naquele mesmo lugar, onde muito tempo atrás existiu uma cabana, no lugar dela, estava um palácio coberto com telhas de ouro. Sentinelas tomavam conta à porta. E ele entrou por um rico jardim, viu muito mais criados correndo de um lado para o outro. Na cozinha, descobriu-se um bom cheiro pelo ar, preparavam um banquete. E cada vez mais ressabiado, o pescador procurou pela mulher.
Ela, estava lá, no alto de uma esplanada, entre nobres e generais, passando revista às tropas. Tambores e trompetes faziam soar o hino do Czar...
O pescador desistiu de falar-lhe, procurou pela vassoura e ficou bem quieto em seu posto.
Mas não demorou para que a velha esposa se entendiasse com toda aquela vida de riqueza e honrarias; então, ordenou que trouxessem o pescador à sua presença. Nobres, generais, soldados e criados colocaram-se em polvorosa pois ninguém jamais havia ouvido falar de tal pessoa entre os afetos da czarina... Foi com muita dificuldade que conseguiram encontrar o bom velho, levado imediatamente para o salão do trono.
__ Tens sorte de ainda viver para ver-me deusa dos mares. Este é meu desejo, comandar toda gente que vive sob as águas. Sem demora, retornas ao peixe e ordene-lhe!
Coração muito apertado, o pescador obedeceu.
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
Mas o peixe de ouro não apareceu na primeira chamada, nem na segunda, nem na terceira...
Foi então que o mar se ergueu, ondas revoltas, o azul ficando escuro. As águas ficaram irreconhecíveis e, neste momento, o peixe de ouro chegou à beira-praia:
"Que mais queres, bom velho?"
E ele tudo foi contando como havia acontecido, mas o peixe, sem mais nada dizer, deu as costas e... desapareceu nas profundezas do mar!
O pobre pescador foi-se também embora, pensando na guilhotina à espera de seu pescoço. Mas, chegando, que surpresa encontrou no lugar do palácio: a velha cabana, pequena e mal-acabada, sua mulher sentada num toco de árvore remendando uma roupa por costurar. Tudo de volta ao mesmo lugar, toda vida como era antes.
Pescando dia após dia, o velho, a rede e o mar, nunca mais teve a mesma sorte de encontrar seu amigo de ouro.
Um dia, ao mar, o homem sentiu que a rede lhe vinha mais pesada. E, pensando na boa pescaria que fizera, veio puxando, puxando a rede, puxando com toda a sua força... entre as malhas, a mesma água, o mesmo sal, e um peixinho do tamanho de quase nada. No entanto, não era um peixe comum: suas escamas eram de puro ouro.
O velho pescador já ia agarrá-lo quando o animaleto assim falou:
"Não me leves, avozinho... Deixa-me livre nas águas do mar que te serei de grande valia. Tudo o que desejares, dar-te-ei em recompensa."
Embora perdesse a pesca e o almoço, o velho respondeu:
"Vai-te embora, não preciso nada de ti. Vive em paz no mar!"
Voltando para casa, o homem viu viu que a velha lhe esperava à porta. "E que tal foi a pesca hoje?" Sem dar importância ao ocorrido, foi contando...
__ Que velho mais idiota! Tivestes a sorte entre as mãos e não soubestes aproveitar! Ao menos, tivesses pedido um bocado de pão... com o que havemos de forrar o estômago, se não há nesta casa nem uma pobre migalha?
E a velha brigou o dia inteiro com o marido -- até que ele, não podendo mais ouvir sua voz, foi à beira-d'água:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro nadou em sua direção:
"O que desejas, bom velho?"
__ Minha mulher está zangada e diz querer pão.
"Volta para casa que pão não vos faltará."
Ao chegar, o velho encontrou a mulher mais brava do que antes. (Ela era do tipo difícil de agradar!) Pão havia de sobra, uma gaveta cheia. O que agora ela queria era uma tina nova -- a madeira havia rachado e ela não tinha onde lavar a roupa:
__ Vai dizer ao tal peixe que nos providencie uma!
O homem obedeceu e, mais uma vez, foi à praia:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe de ouro veio a nadar.
"E o que desejas, meu bom velho?"
__ Minha mulher precisa de uma tina nova.
"Volta para casa que a tina nova lá está."
O pescador estava ainda uns vinte passos de cabana, a mulher correu ao seu encontro:
__ Vá imediatamente falar com o peixe e peça-lhe que construa uma casa nova para nós! Aqui já é impossível alguém morar...
Girando nos calcanhares, o homem voltou ao mar. Repetiu as mesmas palavras (que você já sabe, por isso não vou repetir) e o peixe apareceu, dourado e solícito como sempre. No entanto, de novo em casa, o pobre do pescador viu sua esposa soltando fumaça pelas orelhas:
__ Quão estúpido tu me vens! Esta casa é muito pequena! Não a quero! Vai outra vez ter com o tal peixinho de ouro e faça-o saber que não quero ser mais uma camponesa: quero ser esposa de governador, ter uma casa decente para morar!
Mais uma vez, lá foi o bom velho:
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
O peixe nadou até a margem e assim fez, a cauda na água e a cabeça ao céu a falar:
"Que agora desejas?"
__ Minha mulher deve estar maluca: ela não me deixa em paz. Diz que já não quer ser camponesa, prefere ser esposa de governador.
"Não te aflijas, que tudo estará resolvido."
Ao voltar, não mais encontrou a velha cabana, nem outra mais nova sequer... Erguia-se, no mesmo terreno, uma mansão de três andares, contruída sobre largas bases de pedra. Sim, o peixe de ouro havia atendido com prontidão a mais esse pedido. Foi achegando-se e os criados vieram recebê-lo no pátio, perguntou por sua esposa... não tardou por encontrá-la refestaleda em uma poltrona, toda vestida em luxo.
__ Como estás, minha esposa? Contente?
__ Tens o atrevimento de chamar-me tua mulher, justo a mim, mulher do governador?
E assim dizendo, deu ordens aos criados para despejarem-no à rua. Lá fora, o pescador levou boa surra com paus e cordas. Apanhou de tal jeito que, só com muito custo, conseguiu ficar de pé outra vez... e, além de tudo, foi nomeado varredor da casa, obrigado à vassoura e a deixar o pátio sempre limpo... se encontrassem uma folhinha no chão ou qualquer sujeira sequer, deciam-lhe o pau!
Foi vivendo assim humilhado até o dia em que a esposa do governador quis vê-lo pessoalmente. Já estava cansada daquela vida.
__ Vai, agora mesmo, velho tonto, falar com o teu peixe. Desejo ser czarina para toda gente me obedecer e respeitar! Devo morar em um palacete e todos deverão se inclinar quando me virem passar! Andas, sem demora!
E foi ao mar ao pescador e veio à praia o peixe de ouro.
Tudo se fez como contam as palavras... e, naquele mesmo lugar, onde muito tempo atrás existiu uma cabana, no lugar dela, estava um palácio coberto com telhas de ouro. Sentinelas tomavam conta à porta. E ele entrou por um rico jardim, viu muito mais criados correndo de um lado para o outro. Na cozinha, descobriu-se um bom cheiro pelo ar, preparavam um banquete. E cada vez mais ressabiado, o pescador procurou pela mulher.
Ela, estava lá, no alto de uma esplanada, entre nobres e generais, passando revista às tropas. Tambores e trompetes faziam soar o hino do Czar...
O pescador desistiu de falar-lhe, procurou pela vassoura e ficou bem quieto em seu posto.
Mas não demorou para que a velha esposa se entendiasse com toda aquela vida de riqueza e honrarias; então, ordenou que trouxessem o pescador à sua presença. Nobres, generais, soldados e criados colocaram-se em polvorosa pois ninguém jamais havia ouvido falar de tal pessoa entre os afetos da czarina... Foi com muita dificuldade que conseguiram encontrar o bom velho, levado imediatamente para o salão do trono.
__ Tens sorte de ainda viver para ver-me deusa dos mares. Este é meu desejo, comandar toda gente que vive sob as águas. Sem demora, retornas ao peixe e ordene-lhe!
Coração muito apertado, o pescador obedeceu.
__ Peixe, peixinho, vem cá! Vira a cabeça para mim e põe o rabo para o mar!
Mas o peixe de ouro não apareceu na primeira chamada, nem na segunda, nem na terceira...
Foi então que o mar se ergueu, ondas revoltas, o azul ficando escuro. As águas ficaram irreconhecíveis e, neste momento, o peixe de ouro chegou à beira-praia:
"Que mais queres, bom velho?"
E ele tudo foi contando como havia acontecido, mas o peixe, sem mais nada dizer, deu as costas e... desapareceu nas profundezas do mar!
O pobre pescador foi-se também embora, pensando na guilhotina à espera de seu pescoço. Mas, chegando, que surpresa encontrou no lugar do palácio: a velha cabana, pequena e mal-acabada, sua mulher sentada num toco de árvore remendando uma roupa por costurar. Tudo de volta ao mesmo lugar, toda vida como era antes.
Pescando dia após dia, o velho, a rede e o mar, nunca mais teve a mesma sorte de encontrar seu amigo de ouro.
Conto russo adaptado por Peter O'Sagae
Bola de Manteiga
ERA UMA VEZ um casal de camponeses que morava numa cabana junto a uma grande floresta. Eles tinham um filho, tão gordinho que era conhecido de todos como Bola de Manteiga. E tinham também um cachorrinho, pequeno de porte mas forte de voz, que atendia pelo nome de Dente de Ouro.
Certa tarde, em que o pai do Bola de Manteiga havia ido à floresta cortar lenha e a mãe estava às voltas com seus afazeres na cozinha, o Dente de Ouro começou a latir, a latir muito. __ Vá lá fora ver o que está acontecendo, meu filho - disse a mãe do Bola de Manteiga. O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha. __ Mãe, mãe! É uma troll horrível, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas e está vindo pra cá! __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha - disse a mãe. Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender. __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja? __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está? __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi até a floresta com o pai, ajudar a cortar lenha - mentiu a mãe. __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui uma faquinha de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear. __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa. __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, acordei hoje com um dor terrível nas costas. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar a faquinha você mesmo? O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se das dores nas costas, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho. Mas era um tarde quente. Os borrachudos zuniam por toda parte, o Bola de Manteiga era mesmo bastante pesadinho, e a Troll tinha apenas um braço disponível para segurar o saco. Por isso, depois de andar um tanto, resolveu encostar num barranco, para descansar um pouco. E, não demorou muito, acabou cochilando. Quando o Bola de Manteiga percebeu a respiração regular da Troll, pegou a faquinha de prata, cortou um rombo no saco, saiu, enfiou lá dentro um toco de árvore, amarrou o lugar do corte e foi correndo de volta para a casa de seus pais. Daí a pouco, a Troll acordou. Percebeu que o tempo havia passado e, sem pensar noutra coisa, pegou de novo no saco e foi andando, no trote, até chegar em casa, onde sua filha já estava com o caldeirão no fogo. __ Onde você esteve todo esse tempo, mãe! - perguntou a Trolleta. - A água que a senhora me mandou pôr pra ferver já secou quase toda! A Troll fez a filha colocar mais água e adicionar sal, pimenta, cebola, batata e cenoura. Quando a água chegou ao ponto de fervura, a Troll pôs a cabeça na mesa da cozinha e, com as duas mãos livres, pegou no saco e foi despejar o Bola de Manteiga no caldeirão. Mas o toco de árvore que saiu do saco espalhou água fervente para tudo quanto é canto, queimou as mãos e o rosto da Trolleta, apagou o fogo e só não fez mal à Troll porque ela havia deixado sua cabeça longe do corpo. E passaram-se alguns dias. Mas, numa outra tarde, de grande mormaço, quando o pai do Bola de Manteiga havia saído para caçar, a mãe do Bola de Manteiga estava na cozinha, assando pão, e o seu menino, como de costume, brincando e azucrinando a paciência. De repente, ouviram o latido forte e zangado do Dente de Ouro. __ Vá lá fora ver o que está acontecendo, meu filho - disse a mãe do Bola de Manteiga. O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha. __ Mãe, mãe! É aquela Troll horrível de novo, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas e está vindo pra cá! __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha, - disse a mãe. Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender. __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja? __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está? __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi até a floresta com o pai, ajudar na caçada - mentiu a mãe. __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui um garfinho de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear. __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa. __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, quando me levantei hoje, dei um mau jeito na cintura. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar o garfinho você mesmo? O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se do mau jeito da cintura, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho. Mas o calor da tarde, o zunido dos insetos e o peso do Bola de Manteiga, que certamente não havia emagrecido desde a última vez, tudo isso fez a Troll sentir-se sonolenta, cansada. E, depois de um par de léguas, resolveu encostar num barranco, para descansar um pouco. Não demorou muito, acabou cochilando. Quando o Bola de Manteiga percebeu a respiração regular da Troll, pegou o garfinho de prata, fez um furo no saco, saiu, enfiou lá dentro uma pedra bem grande, amarrou o lugar do furo e foi correndo de volta para a casa de seus pais. Daí a pouco, a Troll acordou. Percebeu que o tempo havia passado e, sem pensar noutra coisa, pegou de novo no saco e foi andando, no trote, até chegar em casa, onde sua filha já estava com o caldeirão no fogo. __ Onde você esteve todo esse tempo, mãe! - perguntou a Trolleta. - A água que a senhora me mandou pôr pra ferver já secou quase toda! A Troll fez a filha colocar mais água e adicionar sal, pimenta, cebola, batata e cenoura. Quando a água chegou ao ponto de fervura, a Troll pôs a cabeça na mesa da cozinha e, com as duas mãos livres, pegou no saco e foi despejar o Bola de Manteiga no caldeirão. Mas a pedra que saiu do saco espalhou água fervente para tudo quanto é canto, queimou as mãos e o rosto da Trolleta, rachou o caldeirão no meio e apagou o fogo. Dessa vez, a Troll ficou furiosa e jurou que da próxima o Bola de Manteiga não escapava. E passaram-se mais alguns dias, parece até que pouco mais de uma semana. Foi daí que, numa outra tarde, em que o verão parecia estar dando seu último sobressalto de maior calor, quando o pai do Bola de Manteiga havia saído para a floresta para colher frutos silvestres, a mãe do Bola de Manteiga estava na cozinha, preparando conservas, e o Bola de Manteiga, para variar, fazendo das suas. Subitamente, ouviram o latido zangado do Dente de Ouro. __ Vá lá fora, meu filho, e veja por que o Dente de Ouro está latindo tanto - disse a mãe do Bola de Manteiga. O Bola de Manteiga espiou pela porta, mas voltou correndo para dentro da cozinha. __ Mãe, mãe! É aquela Troll horrível de novo, com a cabeça debaixo do braço e um saco nas costas! __ Ih, meu filho, esconda-se logo debaixo da mesa da cozinha - disse a mãe. Mas a Troll chegou até a porta e bateu: Pã, pã, pã! E não teve outro jeito: a mãe do Bola de Manteiga foi atender. __ Boa tarde, minha senhora, o que deseja? __ Boa tarde - disse a Troll. - Por acaso o Bola de Manteiga está? __ Não, infelizmente, ele saiu. Foi à floresta com o pai, ajudar a colher amoras - mentiu a mãe. __ Que pena! - disse a Troll. - Eu tenho aqui uma colherinha de prata que eu queria tanto dar de presente pra ele! Pelo visto, vou ter que achar outro menino pra presentear. __ Oi, oi, aqui estou eu! - disse o Bola de Manteiga, saindo debaixo da mesa. __ Que bom que você está aí, meu filho! - disse a Troll. - Mas, sabe o que é, acordei hoje com um reumatismo terrível nas juntas. Você não quer entrar aqui neste saco e pegar a colherinha você mesmo? O Bola de Manteiga não pensou duas vezes e enfiou-se saco adentro. Mas, quando a Troll percebeu que o garoto estava todo dentro do saco, esqueceu-se do reumatismo, pegou o saco, jogou-o sobre o ombro e foi-se embora, bem rapidinho. E dessa vez ela não ia se deixar enganar e, apesar do calor e do peso do Bola de Manteiga, foi num trote só, por entre atalhos e caminhos pedregosos, até chegar à sua casa. Lá chegando, a Troll largou o saco com o Bola de Manteiga num canto da cozinha e disse para sua filha, a Trolleta: __ Vou agora me arrumar para ir à missa e, quando voltar, vão vir comigo uns vizinhos para jantar. Enquanto eu estiver fora, você me prepare um bom ensopado de Bola de Manteiga, do jeito que eu te ensinei. __ Sim, mamãe - disse a Trolleta e apressou-se a pôr o caldeirão no fogo, enquanto a Troll se arrumava e saía. Quando a água do caldeirão já estava fervendo e a Trolleta já havia colocado os temperos, a batata e a cenoura, ela abriu o saco; e lá estava o Bola de Manteiga, sentado, bem quietinho. Mas a Trolleta ficou apenas olhando para ele, com o olhar aparvalhado. __ O que é que foi? - perguntou o Bola de Manteiga. - Por que você está me olhando assim? __ É que eu tenho que fazer ensopado de você - disse a Trolleta. - E não sei como tenho que fazer para te matar e picar. __ Ora, isso é muito fácil - disse o Bola de Manteiga. - Quer que eu te mostre? __ Quero, quero sim - disse a Trolleta. __ Você tem algum machado por aí? __ Tem um que fica junto do monte de lenha, atrás do celeiro. __ Então, traga o machado aqui - instrui Bola de Manteiga. E, quando a Trolleta voltou, disse-lhe: __ Agora, deite a cabeça em cima daquele banquinho. E a tonta da Trolleta fez o que o Bola de Manteiga lhe disse e ele, mais do que depressa, desferiu-lhe um golpe e cortou-lhe a cabeça. Então, o Bola de Manteiga ajeitou a cabeça da Trolleta na cama e forrou com cobertores e acolchoados, para dar impressão de que ela estava deitada, dormindo. Com o resto da Trolleta, preparou o ensopado que a Troll havia encomendado. Depois, pegou o toco de árvore e a pedra, subiu com os dois para o telhado e ficou esperando. Depois de algum tempo, a Troll voltou da missa com o casal de trolls vizinhos. Quando abriram a porta, cheiraram o ar e foram logo dizendo: __ Huum... que cheirinho bom de ensopado de Bola de Manteiga! - E lá do telhado, chaminé abaixo, o Bola de Manteiga sussurrou: __ Que cheirinho bom de ensopado de Trolleta! Os trolls ouviram, mas, como tudo parecesse em ordem, fizeram de conta que nada acontecera. Viram a Trolleta na cama e, certos de que ela estava descansando depois de ter preparado o jantar, entraram na cozinha, destamparam o caldeirão e foram logo pegando um colher de pau para experimentar o caldo. E cada um que tomava uma colherada do caldo ia dizendo: __ Huum... que caldo gostoso de Bola de Manteiga! E o Bola de Manteiga, lá do telhado, retrucava, a cada vez, chaminé abaixo: __ Que caldo gostoso de Trolleta! Então, os trolls ficaram cismados e correram até a porta para ver o que estava acontecendo. Mas, quando suas cabeças apareceram do lado de fora, o Bola de Manteiga deixou cair o toco de árvore e a pedra e matou-os todos. A seguir, o Bola de Manteiga desceu e, percorrendo a casa de cômodo em cômodo, juntou o ouro e toda a prata que conseguiu carregar e voltou para a casa de seus pais, que nunca mais passaram qualquer necessidade.
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As diversas linguagens da criança
”Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma arvore, com mais razão, não morre o educador, que semeia vida e escreve na alma”. Jean Piaget
Contos de fadas, fábulas, parábolas, adivinhação, causos e histórias encantadas são caminhos de entrada para o mundo da imaginação. Através desta abordagem, propõe-se uma globalização dos conhecimentos e uma interação entre as diversas formas do ensino/aprendizagem. Consta que, a percepção, antes de ser representativa, é sensório-motora e simbólica, portanto, através da ênfase no lúdico o sujeito resgata seus exercícios de desenvolvimento e, principalmente aprende com encanto, o prazer de brincar.
Rubem Alves, sabiamente diz: “Coisa gostosa é brincar! Brinquedos dão alegria: bonecas, pipas, piões, bolas, petecas, balanços, escorregadores... Os brinquedos podem ser feitos com os mais diferentes materiais: madeira, plástico, metal, pano, papel. Mas há brinquedos que são feitos com algo que a gente não pode nem tocar e nem pegar: brinquedos que são feitos com palavras”.
Ao brincar, a criança busca parceria e, na exploração de objetos, interage com seus pares e se expressa através de múltiplas linguagens. Ao interagir e se expressar a criança descobre as regras da brincadeira e toma decisões. Porisso, o brinquedo é peça fundamental e é cenário no desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras e dos jogos, a criança constrói e reconstrói a consciência da realidade, priorizando o entrosamento das relações e fatos sociais reais.O papel do professor é mostrar as diversas possibilidades em relação às brincadeiras e aos jogos, adequando a imaginação à realidade, através do diálogo.
A Pedagogia da Escuta é uma abordagem inovadora e possibilita o desenvolvimento intelectual das crianças através do foco sistemático no perfil simbólico, levando as crianças pequenas a uma condição surpreendente de desenvolturas simbólicas e à criatividade. Enfatizando esta abordagem educar significa, portanto, organizar as situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que contribuem para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em atitude de aceitação, respeito e confiança, e a entrada, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
As frases escolhidas do poema de Loris Malaguzzi foram necessárias, com a finalidade de demonstrar que a infância persiste em seus modos de ser. O criar, o brincar, o sonhar, o estar com o outro, e outros procedimentos sucessivos das crianças tropeçam em muitas verdades absolutas dos adultos: “agora não pode”, “agora não é hora”, “este não”, no entanto elas persistem e insistem exercendo com encanto, o deleite de brincar.
Cem linguagens da criança
“A criança é feita de cem...
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo...
Dizem-lhe enfim:
Que o cem não existe.
A criança diz:
Ao contrário o cem existe”
Loris Malaguzzi
Utilizando a Pedagogia da Escuta é preciso que o educador esteja atento e tenha sensibilidade para ouvir as cem linguagens, os símbolos e códigos que as crianças usam para se expressar,promovendo o diálogo, a comunicação e a aprendizagem significativa. Gostaria de citar um provérbio chinês para finalizar: "Dois homens olham por uma janela. Um vê as grades, o outro as estrelas".Assim são os seres humanos em suas diversidades. Cada um tem opção de ver o que quer. Cabe a nós termos postura de educadores de forma que a decisão seja de cada um para chegar ao primordial: o desenvolvimento saudável de nossas crianças.
Ref: Revista Nova Escola 2002
Amélia Hamze
Profª FEB/CETEC
FISO-ISEB
Contos de fadas, fábulas, parábolas, adivinhação, causos e histórias encantadas são caminhos de entrada para o mundo da imaginação. Através desta abordagem, propõe-se uma globalização dos conhecimentos e uma interação entre as diversas formas do ensino/aprendizagem. Consta que, a percepção, antes de ser representativa, é sensório-motora e simbólica, portanto, através da ênfase no lúdico o sujeito resgata seus exercícios de desenvolvimento e, principalmente aprende com encanto, o prazer de brincar.
Rubem Alves, sabiamente diz: “Coisa gostosa é brincar! Brinquedos dão alegria: bonecas, pipas, piões, bolas, petecas, balanços, escorregadores... Os brinquedos podem ser feitos com os mais diferentes materiais: madeira, plástico, metal, pano, papel. Mas há brinquedos que são feitos com algo que a gente não pode nem tocar e nem pegar: brinquedos que são feitos com palavras”.
Ao brincar, a criança busca parceria e, na exploração de objetos, interage com seus pares e se expressa através de múltiplas linguagens. Ao interagir e se expressar a criança descobre as regras da brincadeira e toma decisões. Porisso, o brinquedo é peça fundamental e é cenário no desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras e dos jogos, a criança constrói e reconstrói a consciência da realidade, priorizando o entrosamento das relações e fatos sociais reais.O papel do professor é mostrar as diversas possibilidades em relação às brincadeiras e aos jogos, adequando a imaginação à realidade, através do diálogo.
A Pedagogia da Escuta é uma abordagem inovadora e possibilita o desenvolvimento intelectual das crianças através do foco sistemático no perfil simbólico, levando as crianças pequenas a uma condição surpreendente de desenvolturas simbólicas e à criatividade. Enfatizando esta abordagem educar significa, portanto, organizar as situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que contribuem para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em atitude de aceitação, respeito e confiança, e a entrada, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
As frases escolhidas do poema de Loris Malaguzzi foram necessárias, com a finalidade de demonstrar que a infância persiste em seus modos de ser. O criar, o brincar, o sonhar, o estar com o outro, e outros procedimentos sucessivos das crianças tropeçam em muitas verdades absolutas dos adultos: “agora não pode”, “agora não é hora”, “este não”, no entanto elas persistem e insistem exercendo com encanto, o deleite de brincar.
Cem linguagens da criança
“A criança é feita de cem...
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo...
Dizem-lhe enfim:
Que o cem não existe.
A criança diz:
Ao contrário o cem existe”
Loris Malaguzzi
Utilizando a Pedagogia da Escuta é preciso que o educador esteja atento e tenha sensibilidade para ouvir as cem linguagens, os símbolos e códigos que as crianças usam para se expressar,promovendo o diálogo, a comunicação e a aprendizagem significativa. Gostaria de citar um provérbio chinês para finalizar: "Dois homens olham por uma janela. Um vê as grades, o outro as estrelas".Assim são os seres humanos em suas diversidades. Cada um tem opção de ver o que quer. Cabe a nós termos postura de educadores de forma que a decisão seja de cada um para chegar ao primordial: o desenvolvimento saudável de nossas crianças.
Ref: Revista Nova Escola 2002
Amélia Hamze
Profª FEB/CETEC
FISO-ISEB
A construção e articulação dos saberes
O verbo ensinar, é proveniente do latim insignare, que significa marcar com um sinal, procurar a vida, desvendar e despertar para o conhecimento.
A ação de ensinar contém duas extensões. A primeira dimensão é a da ferramenta da intenção, a segunda é a da aferição do resultado. Assim sendo, mesmo com a maior intenção de ensinar, se a apropriação do conteúdo por parte do aluno não se efetivou, não teremos cumprido a ação de ensinar, pois a concretização da meta pretendida não foi alcançada, então não houve ensino, porque não se caracterizou a aprendizagem.
O nosso intento se refere à apropriação da aprendizagem pelo educando, não como simples repasse de informação, mas a posse e construção do conhecimento no sentido da apreensão mental do entender e compreender. A ação do apreender (assimilar mentalmente, entender, compreender) o conhecimento não se dá na passividade do sujeito, mas há necessidade de estratégias diferenciadas por parte do educador para a concretização da assimilação mental do apropriar-se da aprendizagem por parte do aluno. As pedagogias diferenciadas utilizadas pelo educador viabilizam e mobilizam esse novo fazer pelo educando.
O termo ensinagem , conglomera então a ação de ensinar por parte do professor e a ação de apreender por parte do aluno, como uma sociedade cooperativa e intencional para atingir a finalidade da construção do saber consciente, crítico e reflexivo, no enfrentamento não só da constituição da aprendizagem, mas também da reconstrução desses mesmos saberes, dentro da sociedade globalizada que muda a todo instante.
A construção do conhecimento por parte do educando inclui várias etapas culminando com o “saber o quê, saber como, saber por quê, saber para quê”. Ao obter respostas a essas etapas do saber o aluno estabelece elos necessários para o fio condutor do conhecimento, em relação ao processo de ensino. Ao estabelecer elos, o sujeito em ação (aluno), garante momentos construídos de forma dinâmica e global dentro de um processo de pensamento, apossando-se do significado da realidade concreta e mobilizando-se para o processo pessoal de aprendizagem.
Infelizmente, uma particularidade bastante comum do ensino é o costume quase que exclusivamente da memorização mecânica, sem contextualização ou significado. Quando trabalhamos a aprendizagem significativa, damos sentido à linguagem que usamos e relacionamos o conhecimento construído com o cotidiano, com os fatos e a realidade do dia a dia, do sujeito da aprendizagem que interage com os outros sujeitos da sociedade. Na aprendizagem significativa, a interação é intencional e esquematizada, entre o aluno, o professor e o que se deseja conhecer, morando aí a profundeza da relação pedagógica. O desafio da conquista do conhecimento significativo está alicerçado na parceria da construção do saber , na aventura do ensinar , do aprender e do apreender. A constituição do conhecimento significativo é um processo que se estabelece no interior do sujeito da aprendizagem, sendo provocado pelo educador. O novo perfil do professor, que oportuniza a aprendizagem significativa é de catalisador, mediador e facilitador do conhecimento no processo de interação com o aluno.
Referencias: Moretto,Vasco Pedro (Prova um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas).
Autora: Amelia Hamze
A ação de ensinar contém duas extensões. A primeira dimensão é a da ferramenta da intenção, a segunda é a da aferição do resultado. Assim sendo, mesmo com a maior intenção de ensinar, se a apropriação do conteúdo por parte do aluno não se efetivou, não teremos cumprido a ação de ensinar, pois a concretização da meta pretendida não foi alcançada, então não houve ensino, porque não se caracterizou a aprendizagem.
O nosso intento se refere à apropriação da aprendizagem pelo educando, não como simples repasse de informação, mas a posse e construção do conhecimento no sentido da apreensão mental do entender e compreender. A ação do apreender (assimilar mentalmente, entender, compreender) o conhecimento não se dá na passividade do sujeito, mas há necessidade de estratégias diferenciadas por parte do educador para a concretização da assimilação mental do apropriar-se da aprendizagem por parte do aluno. As pedagogias diferenciadas utilizadas pelo educador viabilizam e mobilizam esse novo fazer pelo educando.
O termo ensinagem , conglomera então a ação de ensinar por parte do professor e a ação de apreender por parte do aluno, como uma sociedade cooperativa e intencional para atingir a finalidade da construção do saber consciente, crítico e reflexivo, no enfrentamento não só da constituição da aprendizagem, mas também da reconstrução desses mesmos saberes, dentro da sociedade globalizada que muda a todo instante.
A construção do conhecimento por parte do educando inclui várias etapas culminando com o “saber o quê, saber como, saber por quê, saber para quê”. Ao obter respostas a essas etapas do saber o aluno estabelece elos necessários para o fio condutor do conhecimento, em relação ao processo de ensino. Ao estabelecer elos, o sujeito em ação (aluno), garante momentos construídos de forma dinâmica e global dentro de um processo de pensamento, apossando-se do significado da realidade concreta e mobilizando-se para o processo pessoal de aprendizagem.
Infelizmente, uma particularidade bastante comum do ensino é o costume quase que exclusivamente da memorização mecânica, sem contextualização ou significado. Quando trabalhamos a aprendizagem significativa, damos sentido à linguagem que usamos e relacionamos o conhecimento construído com o cotidiano, com os fatos e a realidade do dia a dia, do sujeito da aprendizagem que interage com os outros sujeitos da sociedade. Na aprendizagem significativa, a interação é intencional e esquematizada, entre o aluno, o professor e o que se deseja conhecer, morando aí a profundeza da relação pedagógica. O desafio da conquista do conhecimento significativo está alicerçado na parceria da construção do saber , na aventura do ensinar , do aprender e do apreender. A constituição do conhecimento significativo é um processo que se estabelece no interior do sujeito da aprendizagem, sendo provocado pelo educador. O novo perfil do professor, que oportuniza a aprendizagem significativa é de catalisador, mediador e facilitador do conhecimento no processo de interação com o aluno.
Referencias: Moretto,Vasco Pedro (Prova um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas).
Autora: Amelia Hamze
Como ajudar seu filho a enfrentar os medos
Alguns temores são comuns durante a infância, mas podem ser superados com a ajuda dos pais.
A infância é um período no qual é comum as crianças vivenciarem alguns medos. Entendendo quais são esses temores e como se manifestam você pode auxiliar seu filho a superá-los.
Para clarear, vale recordar como foi a experiência do seu filho quanto ao primeiro dia de aula, as reações que ele apresentou, como choro, gritos. Esses comportamentos são naturais em uma situação nova, e a causa é o medo. Medo do ambiente novo, do desconhecido.
Algumas atitudes que você pode adotar para ajudar seu filho a superar os medos:
• Estimule a criança a desenhar e a expressar através de atividades lúdicas aquilo que mais a angustia. Assim você pode conversar com ela a respeito desse medo;
• Aproveite as situações reais para explicá-lo que o medo é importante para o desenvolvimento e segurança, já que é um sentimento que exerce a função principal de proteção;
• Cultive o hábito da leitura. Grande parte das histórias infantis permite que o medo seja trabalhado, pois trazem o sentimento como temas centrais, onde os personagens os enfrentam e superam;
• Lide com os temores do seu filho de maneira natural, diga a ele que o medo também faz parte da sua experiência.
Para clarear, vale recordar como foi a experiência do seu filho quanto ao primeiro dia de aula, as reações que ele apresentou, como choro, gritos. Esses comportamentos são naturais em uma situação nova, e a causa é o medo. Medo do ambiente novo, do desconhecido.
Algumas atitudes que você pode adotar para ajudar seu filho a superar os medos:
• Estimule a criança a desenhar e a expressar através de atividades lúdicas aquilo que mais a angustia. Assim você pode conversar com ela a respeito desse medo;
• Aproveite as situações reais para explicá-lo que o medo é importante para o desenvolvimento e segurança, já que é um sentimento que exerce a função principal de proteção;
• Cultive o hábito da leitura. Grande parte das histórias infantis permite que o medo seja trabalhado, pois trazem o sentimento como temas centrais, onde os personagens os enfrentam e superam;
• Lide com os temores do seu filho de maneira natural, diga a ele que o medo também faz parte da sua experiência.
Por Patrícia Lopes
Como Identificar a Depressão em Crianças
Isolamento: um dos sintomas comuns na depressão infantil.
Segundo especialistas, a depressão, que antes parecia um mal somente entre os adultos, tem afetado cerca de 2% das crianças do mundo.
Assim como ocorre sentimentos de tristeza e desapontamento em adultos, as crianças não estão isentas de senti-los. Mas quando esses sentimentos prolongam-se e comprometem a vida da criança é importante que os pais fiquem atentos.
Ainda não se tem conhecimento das causas da depressão em crianças, mas sabe-se que a mesma pode ser manifesta a partir de situações como problemas na escola, separação dos pais, morte de uma pessoa querida ou animal de estimação.
Diferentemente dos adultos que se queixam de sentimentos de tristeza e falta de esperança quando manifestam a depressão, as crianças apresentam quadros caracterizados por irritabilidade, alterações repentinas do humor e comportamento provocativo. Sintomas esses que podem ser confundidos com birra ou falta de educação, mau humor, tristeza e agressividade.
Muitas crianças não sabem que estão deprimidas, então ao invés de verbalizarem seus sentimentos, passam a atuar de acordo com esses, o que poderá ser percebido como desobediência. Por isso, observe alguns sintomas que são comuns na depressão infantil:
• Angústia;
• Pessimismo;
• Irritabilidade, agressividade;
• Apatia;
• Isolamento Social;
• Falta de atenção;
• Insônia ou sono excessivo;
• Baixa auto-estima;
• Perda de interesse por coisas que antes gostava de fazer;
• Sentimento de cansaço e tédio em grande parte do tempo;
• Comportamentos destrutivos, voltados contra brinquedos ou outros objetos;
• Perda ou amento excessivo do apetite;
• Sentimentos de culpa.
Assim como ocorre sentimentos de tristeza e desapontamento em adultos, as crianças não estão isentas de senti-los. Mas quando esses sentimentos prolongam-se e comprometem a vida da criança é importante que os pais fiquem atentos.
Ainda não se tem conhecimento das causas da depressão em crianças, mas sabe-se que a mesma pode ser manifesta a partir de situações como problemas na escola, separação dos pais, morte de uma pessoa querida ou animal de estimação.
Diferentemente dos adultos que se queixam de sentimentos de tristeza e falta de esperança quando manifestam a depressão, as crianças apresentam quadros caracterizados por irritabilidade, alterações repentinas do humor e comportamento provocativo. Sintomas esses que podem ser confundidos com birra ou falta de educação, mau humor, tristeza e agressividade.
Muitas crianças não sabem que estão deprimidas, então ao invés de verbalizarem seus sentimentos, passam a atuar de acordo com esses, o que poderá ser percebido como desobediência. Por isso, observe alguns sintomas que são comuns na depressão infantil:
• Angústia;
• Pessimismo;
• Irritabilidade, agressividade;
• Apatia;
• Isolamento Social;
• Falta de atenção;
• Insônia ou sono excessivo;
• Baixa auto-estima;
• Perda de interesse por coisas que antes gostava de fazer;
• Sentimento de cansaço e tédio em grande parte do tempo;
• Comportamentos destrutivos, voltados contra brinquedos ou outros objetos;
• Perda ou amento excessivo do apetite;
• Sentimentos de culpa.
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola
Equipe Brasil Escola
Como proceder na educação de crianças difíceis de impor limites
A formação educacional dos filhos, principalmente no que se refere à questão de seguir regras e limites impostos pelos pais, têm sido alvo de preocupação por grande parte desses, em virtude das crianças de hoje se apresentarem cada vez mais indisciplinadas e difíceis de lidar.
Perante as dificuldades apresentadas, os pais estão sempre em busca da melhor forma de educar, porém surgem dúvidas constantes de como proceder.
Na verdade, a necessidade de ser mais rígido na educação dos filhos está se tornando uma conduta normal em conseqüência dos inúmeros malefícios que a sociedade vem apresentando.
É fundamental que os pais ou os responsáveis pela formação educacional de um indivíduo, em especial a criança, comece a discipliná-la em casa, sendo a escola responsável por acrescentar valores.
Essa é uma questão importante a ser refletida, em função de muitos pais estarem confundindo o papel da escola quanto à educação do filho, muitas vezes invertendo os papéis, até mesmo devido a correria do dia-a-dia em busca de oferecer melhores condições para a família e automaticamente tornando-se ausente no ambiente familiar.
Considerando que nenhuma pessoa é educada de uma hora para outra, sendo a formação educacional um processo contínuo, alguns requisitos são fundamentais, sendo esses colocados com cautela de acordo com a necessidade de cada um:
• OBJETIVOS: ter consciência que as atitudes que serão tomadas serão com a intenção de educar a criança e, conseqüentemente, propiciar uma relação harmoniosa no ambiente familiar.
• CONHECIMENTO: os pais que possuem crianças acima de 2 anos de idade poderão passar por situações nas quais seu filho irá testá-lo e contestá-lo (birra, choro, esperneio, etc.) constantemente, com a intenção de não cumprir o que foi colocado.
• PACIÊNCIA: ponto de partida inicial para ter bons resultados.
• SACRIFÍCIO: ter em mente que educar exige sacrifício por parte de todos que estão envolvidos, mas principalmente de quem assume o papel de educador.
• ACORDO: é obrigatório que os pais estejam de acordo com as decisões e opiniões colocadas, de forma que jamais um retire a autonomia do outro, tirando a autonomia e mudando as regras. Tal conduta evita que a criança venha a confundir qual a melhor forma de agir, bem como perceber diante da incoerência do que é colocado pelos pais (proibições, explicações, regras, permissões...).
• FIRMEZA: a partir do momento que impor algo, deve sustentá-lo, criando o hábito de firmeza, construindo a segurança da criança.
• PERSEVERANÇA: adquirida na relação cotidiana é fundamental para que alcancem bons resultados.
Perante as dificuldades apresentadas, os pais estão sempre em busca da melhor forma de educar, porém surgem dúvidas constantes de como proceder.
Na verdade, a necessidade de ser mais rígido na educação dos filhos está se tornando uma conduta normal em conseqüência dos inúmeros malefícios que a sociedade vem apresentando.
É fundamental que os pais ou os responsáveis pela formação educacional de um indivíduo, em especial a criança, comece a discipliná-la em casa, sendo a escola responsável por acrescentar valores.
Essa é uma questão importante a ser refletida, em função de muitos pais estarem confundindo o papel da escola quanto à educação do filho, muitas vezes invertendo os papéis, até mesmo devido a correria do dia-a-dia em busca de oferecer melhores condições para a família e automaticamente tornando-se ausente no ambiente familiar.
Considerando que nenhuma pessoa é educada de uma hora para outra, sendo a formação educacional um processo contínuo, alguns requisitos são fundamentais, sendo esses colocados com cautela de acordo com a necessidade de cada um:
• OBJETIVOS: ter consciência que as atitudes que serão tomadas serão com a intenção de educar a criança e, conseqüentemente, propiciar uma relação harmoniosa no ambiente familiar.
• CONHECIMENTO: os pais que possuem crianças acima de 2 anos de idade poderão passar por situações nas quais seu filho irá testá-lo e contestá-lo (birra, choro, esperneio, etc.) constantemente, com a intenção de não cumprir o que foi colocado.
• PACIÊNCIA: ponto de partida inicial para ter bons resultados.
• SACRIFÍCIO: ter em mente que educar exige sacrifício por parte de todos que estão envolvidos, mas principalmente de quem assume o papel de educador.
• ACORDO: é obrigatório que os pais estejam de acordo com as decisões e opiniões colocadas, de forma que jamais um retire a autonomia do outro, tirando a autonomia e mudando as regras. Tal conduta evita que a criança venha a confundir qual a melhor forma de agir, bem como perceber diante da incoerência do que é colocado pelos pais (proibições, explicações, regras, permissões...).
• FIRMEZA: a partir do momento que impor algo, deve sustentá-lo, criando o hábito de firmeza, construindo a segurança da criança.
• PERSEVERANÇA: adquirida na relação cotidiana é fundamental para que alcancem bons resultados.
Por Elen Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola
Teoria de Piaget
Construção do conhecimento:
Esquema:
Autores sugerem que imaginemos um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio.São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se cada vez mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos.
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
Assimilação:
É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento, ...) a um esquema ou estrutura do sujeito.Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas.
Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui.
Acomodação:
É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado.A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas:
- Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou
- Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.
Equilibração:
É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece.Estágios-Piaget
A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
A criança deste estágio:
- É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
- Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
- Já pode agir por simulação, "como se".
- Possui percepção global sem discriminar detalhes.
- Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração.
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
Exemplos:
despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todoas as classes de problemas.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todoas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Doença celíaca: intolerância ao glúten
incidência da doença celíaca é maior em mulheres que em homens de 2 para 1. Seguir uma dieta sem glúten ainda é o melhor tratamento. Tire suas dúvidas!
Por MADSON MORAES
Quem sofre da doença precisa ter a visão apurada e "olhos de lince". Isso porque precisa conferir direitinho, no pacote de qualquer alimento do supermercado, se há nas embalagens dos alimentos a seguinte informação: "contém glúten" ou "não contém glúten". O que pode parecer frescura para outra pessoa, para os portadores da doença é um detalhe importante que, se não observado com atenção, afeta profundamente a rotina.
Os celíacos são chamados assim por terem intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodca e alguns doces, o que provoca dificuldade do organismo de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água. Ou seja, em quase todo tipo alimentos que são tão caros à nossa alimentação. O glúten desencadeia problemas ao organismo das pessoas portadoras da doença celíaca.
"É uma doença genética, isto é, vem de pais para filhos. Ocorre com maior frequência nos familiares das pessoas que têm doença celíaca, diabetes mellitus e outras doenças autoimunes", explica Renato Riccio, cirurgião geral e gastroenterologista do Instituto Alpha de Saúde Integral.
Famosos, inclusive, sofrem e tornaram pública sua relação com a doença, como é o caso da atriz da TV Globo, Ísis Valverde, que precisa seguir uma dieta para manter-se saudável. No Brasil, a estimativa é de que uma em cada 600 pessoas enfrente problemas de saúde por não poderem ingerir a proteína.
A prevenção é o ponto forte para combater a doença. A doença celíaca normalmente se manifesta em crianças com até um ano de idade, no momento exato que começam a ingerir alimentos que contenham glúten e seus convidados. Segundo Renato, em alguns casos se manifesta somente na idade adulta, dependendo do grau de intolerância ao glúten, afetando homens e mulheres. Mas a incidência da doença celíaca é maior em mulheres que em homens: de 2 para 1.
Dessa forma, os celíacos devem seguir rigorosamente o único tratamento realmente efetivo: uma dieta estritamente sem glúten por toda a vida. “Quase 90% dos pacientes que seguem uma dieta livre de glúten melhoram em cerca de 2 semanas. Não existem medicamentos que previnam os danos nem que previnam o corpo de atacar os intestinos quando o glúten estiver presente”, afirma o médico Renato Riccio.
Tipos de alergias
Alergias a: alimentos, tinturas de cabelo, tecidos, metais, esmaltes. Conheça os tipos e como amenizar os sintomas.
Por PAULA FACIROLI
A dermatologista Aline Barra explica o que causa cada alergia a seguir e o que você deve fazer para amenizar e preveni-las, confira:
ALERGIA ALIMENTAR - Ocorre quando o organismo está com a flora intestinal e o sistema imune imaturos. Filhos de pais alérgicos têm maior tendência. Os alimentos que mais dão reações são: leite, carne de porco, ovos, peixe, tomate, soja, laranja, banana, nozes, amendoim, trigo, chocolate, camarão e marisco. Os sintomas são dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, sangramento gastrointestinal, coceira na boca ou na garganta, feridas e inchaço. Não há remédio para tratar a alergia alimentar. Os medicamentos são usados para tratamento dos sintomas, nas crises.
TECIDOS SINTÉTICOS - As crianças são as mais atingidas neste tipo de alergia. Para evitar contratempos, rejeite os sintéticos e invista no algodão e no linho no guarda-roupa do seu filho. Nos adultos, roupas guardadas por muito tempo podem causar alergias, principalmente as de lã.
TINTURA DE CABELO - Algumas pessoas têm alergia à amônia encontrada nas tinturas de cabelo. Coceira, calor na cabeça e vermelhidão são sintomas que podem levar, em casos graves, a intoxicação e falta de ar. A recomendação é fazer o teste de aplicação atrás da orelha antes de se aventurar a pintar as madeixas.
METAIS/BIJOUTERIAS - Pacientes com alergia a metais apresentam feridas na pele causadas pela sensibilidade ao níquel. A alergia pode se manifestar tanto no local exato de contato com o metal quanto em outras partes do corpo. Para melhorar a dermatite alérgica o paciente deve usar apenas ouro e prata legítimos.
ESMALTES E TATUAGENS - Há reações alérgicas a pigmentos usados em procedimentos de estética como tatuagens e esmaltes. São causadas por substâncias como o formaldeído e a mica presentes na composição das tintas. Neste caso, a alergia não se manifesta nas unhas ou na área atingida, mas geralmente no pescoço e nos olhos, depois de encostar a mão. A dica é usar pigmentação hipoalegênicas (baixo potencial alérgico).
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